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Juros futuros recuam com pesquisa e agenda fiscal

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Juros futuros recuam com pesquisa e agenda fiscal

Uma nova rodada da pesquisa Genial/Quaest trouxe repercussão imediata para o mercado de juros, o que influenciou diretamente os contratos futuros de longo prazo. A sinalização de menor folga na liderança de Lula nas eleições de 2026 reduziu percepções de risco, impactando na precificação dos ativos.

O movimento reflete um ajuste moderado das taxas diante do cenário político interno e das expectativas em torno da política fiscal e do ambiente internacional, com destaque para os dados de emprego nos Estados Unidos.

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Queda nos juros futuros e impacto no mercado

Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) operaram com oscilações tímidas, especialmente na ponta longa da curva. Por volta das 09h25, os DIs com vencimento em janeiro de 2026 passaram de 14,82% para 14,835%, evidenciando leve alta. Já os papéis com vencimento em janeiro de 2027 variaram de 14,21% para 14,22%.

Enquanto isso, os contratos mais distantes apresentaram movimento de baixa: o DI de janeiro de 2029 cedeu de 13,625% para 13,605%, e o de janeiro de 2031 recuou de 13,77% para 13,74%. Tais ajustes demonstram postura mais cautelosa dos investidores, embora ainda marcada pela incerteza em relação à condução da política econômica.

A menor diferença entre os pré-candidatos à presidência reduziu parte do prêmio de risco presente nos vértices mais longos da curva, o que contribuiu para o alívio parcial das taxas.

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Pesquisa Genial/Quaest e percepção dos agentes

A sondagem divulgada pela Genial/Quaest revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu parte da vantagem que mantinha sobre potenciais adversários no segundo turno das eleições de 2026.

A leitura dominante entre operadores é que o estreitamento na disputa pode levar a uma agenda mais comedida em termos econômicos, já que a competitividade eleitoral tende a pressionar o governo a ajustes mais alinhados a expectativas do mercado.

Além disso, uma eleição mais disputada abre margem para o avanço de candidaturas com agendas econômicas distintas, o que também influencia a precificação de ativos de risco, como os juros de longo prazo.

Essa alteração no sentimento acerca do risco eleitoral impacta diretamente nas curvas futuras, que são sensíveis a expectativas quanto à solvência fiscal e à estabilidade política de médio e longo prazo.

Expectativas quanto à agenda fiscal no Brasil

Outro fator que segue no radar dos investidores é o andamento das pautas fiscais em Brasília. A dificuldade do governo federal em atingir as metas estabelecidas e avançar com medidas de equilíbrio fiscal provoca desconfiança no mercado.

Entre as principais preocupações estão:

  • Demora na apresentação e aprovação de novas medidas de contenção de gastos;
  • Revisão frequente das metas fiscais, gerando ruído sobre comprometimento com o arcabouço fiscal;
  • Elevado volume de despesas obrigatórias, com pouco espaço para ajustes no curto prazo.

Caso o governo não consiga sinalizar com clareza responsabilidade fiscal nos próximos meses, a expectativa é de que contratos futuros de longo prazo passem a embutir prêmios de risco maiores novamente.

Ambiente internacional e dados dos Estados Unidos

No cenário externo, o foco está nos números do mercado de trabalho americano. A véspera da divulgação do payroll de maio manteve os investidores em compasso de espera, à medida que os indicadores podem influenciar diretamente as decisões do Federal Reserve.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries) de dez anos recuaram modestamente, passando de 4,359% para 4,340%. A queda discretamente sincronizada com os juros no Brasil mostra um ambiente de menor aversão ao risco nesta etapa.

Caso o payroll aponte resiliência do mercado de trabalho, pode haver nova pressão sobre os juros tanto nos Estados Unidos quanto nos mercados emergentes. Por outro lado, dados mais fracos reforçariam a visão de juros estáveis ou até cortes futuros nos EUA.

O cenário permanece fluido e atento às variáveis que ditam o rumo das principais taxas de juros, tanto no Brasil quanto no exterior.

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