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Dados econômicos e julgamento de Bolsonaro dominam as atenções

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Dados econômicos e julgamento de Bolsonaro dominam as atenções — Focus político e econômico: economia do Brasil, dados dos EUA e julgamento de Bolsonaro geram destaque global.

Dados econômicos dos Estados Unidos, oscilação no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e novos desdobramentos no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro movimentaram o noticiário econômico e político nesta semana. Com impacto direto nos mercados, esses três fatores devem seguir interferindo nas análises e decisões governamentais e empresariais nos próximos dias.

As projeções internacionais, aliadas à instabilidade política interna, aumentam a pressão sobre os investidores e sobre os rumos da economia brasileira. O comportamento do mercado global e as perspectivas fiscais do Brasil ganham uma dimensão ainda mais relevante diante das incertezas trazidas pelo cenário atual.

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Sinais da economia dos Estados Unidos

Indicadores divulgados pelos EUA voltaram a ser monitorados de perto, especialmente por seu impacto sobre os juros globais e os investimentos em mercados emergentes. A inflação ao consumidor (CPI) apresentou alta de 3,2% em agosto, levemente abaixo da expectativa do mercado, o que reduziu a pressão sobre o Banco Central americano (Fed) em acelerar novas altas nos juros.

Outro dado relevante foi o índice de preços ao produtor (PPI), que também veio em linha com o esperado, demonstrando uma tendência de desaceleração inflacionária. Essa combinação reforça a expectativa de que o Fed poderá, pelo menos temporariamente, manter a taxa básica de juros no intervalo atual entre 5,25% e 5,50%.

O mercado financeiro global reagiu com cautela, e o dólar apresentou leve recuo frente a moedas de países emergentes, inclusive o real. No entanto, analistas alertam que a desaceleração do consumo e sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho ainda mantêm preocupações sobre uma possível recessão nos EUA no médio prazo.

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PIB do Brasil em ritmo fraco

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente dados que apontam um avanço modesto do PIB no segundo trimestre de 2024. O crescimento foi de apenas 0,2% em comparação ao trimestre anterior, uma desaceleração em relação ao ritmo observado no começo do ano.

Entre os fatores que explicam o desempenho fraco estão:

  • Redução na atividade industrial, puxada pela queda nas exportações;
  • Estagnação do setor de serviços, que vinha sendo o principal motor da recuperação pós-pandemia;
  • Crescimento limitado da agropecuária após uma safra recorde no primeiro trimestre.

Em comparação ao mesmo período de 2023, o crescimento foi de apenas 1,4%, bem abaixo das projeções do mercado. Economistas voltaram a revisar para baixo as previsões de crescimento para o ano, com muitas casas já falando em 1,9% de expansão em 2024 — contra estimativas anteriores próximas a 2,3%.

Julgamento de Bolsonaro avança no TSE

No cenário político, os olhos se voltaram para Brasília, onde o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu continuidade ao julgamento de Jair Bolsonaro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante o pleito eleitoral de 2022. A ação foi movida a partir da reunião com embaixadores, na qual o ex-presidente atacou, sem provas, o sistema eleitoral brasileiro.

No julgamento mais recente, o relator da ação, ministro Benedito Gonçalves, votou pela inelegibilidade de Bolsonaro, afirmando que o ex-presidente promoveu uma campanha de descrédito contra a democracia. O placar parcial está apertado, o que mantém a tensão nos bastidores políticos e amplia as incertezas sobre o futuro político do ex-mandatário.

Até o momento, três ministros já votaram pela inelegibilidade, enquanto dois se manifestaram a favor de sua absolvição. A expectativa é de que a definição ocorra até o fim da próxima semana. Caso a inelegibilidade se confirme, Bolsonaro não poderá disputar eleições até 2030, o que reconfigura o cenário para a oposição ao governo atual e já provoca movimentações nos bastidores da direita.

Impactos combinados no cenário nacional

A combinação entre um crescimento econômico mais frágil, instabilidades políticas internas e oscilações nos indicadores dos EUA reforça a complexidade do cenário brasileiro. O índice Ibovespa sofreu recuos nesta semana e o real operou sob forte volatilidade, refletindo a cautela dos investidores.

A continuidade do julgamento de Jair Bolsonaro tende a intensificar a polarização política, o que pode afetar a pauta econômica no Congresso. Por outro lado, as expectativas de que o Fed mantenha os juros estáveis nos EUA oferecem algum alívio ao Banco Central brasileiro, abrindo espaço para novos cortes na Selic.

Especialistas afirmam que, mesmo com um possível afrouxamento monetário, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos para acelerar o crescimento. Medidas estruturantes e maior confiança institucional serão necessárias para restaurar o otimismo de longo prazo.

A próxima semana promete novos capítulos decisivos, tanto no campo político quanto econômico. Resta saber como os líderes nacionais e internacionais irão reagir frente a essas pressões crescentes.

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