Os preços do petróleo recuaram nesta quinta-feira após sequência de fortes altas nas sessões anteriores. O movimento foi impulsionado por um cenário de aumento na oferta global e crescimento dos estoques nos EUA, o que elevou a cautela dos investidores.
Questões geopolíticas evitaram perdas mais acentuadas, mas não impediram a correção nos preços dos contratos futuros da commodity. As expectativas para os próximos meses continuam pressionadas pelos dados de produção.
O que você vai ler neste artigo:
Desempenho recente das cotações
O petróleo Brent, utilizado como referência global, encerrou o dia em queda de 1,65%, sendo negociado a US$ 66,37 por barril na Intercontinental Exchange (ICE). Já o barril do WTI, referência nos Estados Unidos, teve retração mais acentuada, de 2,04%, e fechou cotado a US$ 62,37 na New York Mercantile Exchange (Nymex).
Esse recuo ocorre após uma sequência de ganhos observada nos últimos dias, refletindo principalmente os temores de que a retomada econômica poderia não acompanhar a velocidade de recomposição da oferta. Com isso, muitos investidores optaram por embolsar lucros diante da percepção de enfraquecimento do mercado.
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Aumentos nos estoques e projeções de oferta
Os dados divulgados recentemente pelo governo dos Estados Unidos mostraram um crescimento nos estoques comerciais da commodity. Este fator foi interpretado pelo mercado como sinal de demanda mais fraca ou produção mais acelerada – ambas situações que pressionam para baixo os preços dos derivados de petróleo.
Paralelamente, a Agência Internacional de Energia (AIE) apresentou uma nova projeção, indicando que a oferta global de petróleo deverá crescer tanto este ano quanto no próximo. Este aumento é puxado por países-membros da Opep+, bem como por nações fora do cartel, como Estados Unidos, Canadá e Brasil.
- Os principais pontos destacados pela AIE incluem:
- Revisão para cima da oferta média diária para 2025;
- Expectativas de menor crescimento da demanda global no semestre atual;
- Consolidação da produção entre grandes exportadores.
Tensões geopolíticas reduziram impacto
Apesar das pressões negativas, os crescentes riscos geopolíticos atuaram como fator limitador das perdas nesta quinta-feira. A instabilidade em algumas regiões produtoras, como Oriente Médio e partes da África, mantém o mercado atento a possíveis interrupções no fornecimento de petróleo. Isso contribui para uma volatilidade oculta, mesmo em dias de baixa.
Especialistas apontam que, mesmo diante de um quadro de oferta mais robusta, essa imprevisibilidade nos temas geopolíticos pode oferecer sustentação pontual aos preços no curto prazo.
Perspectivas para o mercado de petróleo
O balanço temporário entre demanda e oferta segue como principal variável de influência nos preços futuros do petróleo. A partir dos dados mais recentes, analistas consideram possível que o mercado volte a operar com maior volatilidade nas semanas seguintes.
Indicadores técnicos também sugerem que o petróleo possa buscar novos níveis de suporte caso as projeções de aumento da produção se confirmem. A depender das decisões da Opep+ nas próximas reuniões, os valores atuais poderão ser revistos de maneira significativa.
A tendência de queda observada nesta sessão reforça a complexidade do momento atual, em que fatores econômicos e geopolíticos se entrelaçam em igual medida. A reação dos investidores será determinante para a dinâmica dos preços até o fim do trimestre.
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