Os preços do petróleo encerraram a semana em queda, impulsionados pela sinalização de que os Estados Unidos adiaram uma possível intervenção militar direta no conflito entre Irã e Israel. Esse adiamento reduziu a percepção de risco geopolítico no Oriente Médio, diminuindo, portanto, parte da pressão sobre a commodity.
Apesar da incerteza que ainda ronda a região, os investidores reagiram de forma mais cautelosa, acompanhando a movimentação diplomática de Washington e os desdobramentos do conflito. O mercado segue atento às próximas ações que podem impactar diretamente a oferta global de petróleo.
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Recuo nos contratos futuros
Nesta sexta-feira (20), o barril do Brent — referência global — com vencimento em agosto caiu 2,33%, encerrando o dia cotado a US$ 77,01 na ICE (Intercontinental Exchange). Já o WTI, principal indicador do mercado americano, com entrega prevista para julho, recuou 0,28%, encerrando a sessão a US$ 74,93 por barril na Nymex.
A baixa nos preços também foi influenciada pelo menor volume de negociação nos contratos do WTI, reflexo do feriado nos EUA ocorrido na véspera, combinado com o vencimento do contrato diário nesta sexta-feira. Esse fator técnico pode ter aumentado a volatilidade e limitado o apetite por posições mais arriscadas.
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Influência das tensões no Oriente Médio
As recentes tensões envolvendo Israel e Irã colocaram o mercado de petróleo em estado de atenção nas últimas semanas. A possibilidade de o conflito tomar proporções maiores, especialmente com a entrada direta dos EUA, elevou os riscos de uma disrupção na oferta da commodity no Golfo Pérsico — responsável por cerca de 30% das exportações marítimas de petróleo no mundo.
Embora os preços tenham cedido nesta sexta-feira, o analista Fawad Razaqzada, da Forex.com, destaca que o Brent ainda carrega um "prêmio de risco" acumulado, herança da instabilidade recente. Segundo ele, a barreira psicológica de US$ 78 permanece como teto de curto prazo, enquanto os investidores aguardam os próximos passos diplomáticos e militares.
Perspectivas para o mercado
A trajetória do petróleo nos próximos dias deve continuar atrelada aos desdobramentos no cenário geopolítico e às declarações oficiais das partes envolvidas. Caso a escalada militar seja contida, é possível que os preços busquem níveis mais estáveis, aliviando a tensão nos mercados globais.
Além disso, o desempenho econômico de grandes economias, como China, EUA e zona do euro, também segue influenciando a demanda global pela commodity. Indicadores como os estoques semanais norte-americanos e os dados do setor industrial em países-chave continuarão sendo monitorados de perto.
Contexto macroeconômico também pesa
Outro fator que contribuiu para a pressão nos preços foi a divulgação dos dados econômicos europeus. O índice de preços ao produtor da Alemanha recuou 1,2% em maio na comparação anual, aprofundando a queda de 0,9% registrada em abril. Esse movimento reforça a percepção de desaceleração na atividade industrial do continente.
Esse quadro acrescenta mais um elemento de cautela ao mercado de energia, já que a diminuição da atividade industrial tende a afetar diretamente o consumo de combustíveis. Com menos demanda projetada, os investidores ajustam suas posições, mantendo os preços sob controle, mesmo em contextos de tensão geopolítica.
Apesar da recente trégua nos preços, a situação permanece instável e sujeita a mudanças bruscas. Qualquer intensificação do conflito no Oriente Médio ou surpresa nos indicadores econômicos globais pode reverter a pressão de baixa nos mercados de petróleo.
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