Os preços do petróleo encerraram o pregão desta quarta-feira praticamente estáveis, em leve queda. O movimento marcou a quarta sessão consecutiva de recuos, mas os contratos se afastaram das mínimas do dia diante da possibilidade de um novo acordo comercial entre Estados Unidos e União Europeia.
Ao mesmo tempo, o mercado reagiu a dados mistos dos estoques norte-americanos, o que aumentou a cautela entre investidores. Reduções maiores que o esperado foram contrapostas por um avanço em Cushing, ponto estratégico da rede de distribuição do WTI.
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Desempenho dos contratos futuros
Nesta sessão, o petróleo Brent para entrega em setembro caiu 0,11%, fechando a US$ 68,51 o barril na ICE, em Londres. Já o WTI com vencimento também em setembro recuou 0,09%, para US$ 65,25 na Nymex, em Nova York. Apesar das perdas modestas, ambos os contratos registraram o quarto dia consecutivo de desvalorização.
A tendência negativa nos preços reflete uma combinação de fatores, incluindo preocupações com a desaceleração econômica global, persistência da variante Delta do coronavírus e sinais mistos sobre a recuperação da demanda por energia. Ainda assim, o clima de cautela foi parcialmente aliviado por relatos de progresso nas negociações comerciais entre Washington e Bruxelas.
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Estoques dos EUA: sinais mistos
O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE) divulgou dados que mostraram uma queda além do esperado nos estoques de petróleo bruto do país. Embora isso costume favorecer uma alta nos preços da commodity, os estoques em Cushing – principal centro de armazenamento e entrega do WTI – subiram para o maior nível em um mês.
Esse avanço nos estoques no ponto físico de entrega traz um viés de baixa ao mercado, já que sugere demanda mais fraca ou gargalos na movimentação da commodity. Com isso, mesmo diante do recuo nos estoques nacionais, os investidores mantiveram uma postura mais conservadora.
Principais destaques dos estoques:
- Estoques de petróleo bruto caíram acima das projeções do mercado.
- Estoques de gasolina e destilados permaneceram praticamente estáveis.
- Cushing apresentou aumento no volume armazenado, o maior em 30 dias.
Interesse do mercado no diálogo internacional
O destaque na sessão ficou por conta da possível reaproximação comercial entre EUA e UE. Segundo fontes ouvidas por agências internacionais, ambas as partes estariam próximas de chegar a um acordo que suspenderia tarifas e incentivaria o fluxo bilateral de produtos industriais e agrícolas.
A assinatura de um tratado comercial poderia estimular a atividade econômica nas duas regiões, resultando em maior demanda por petróleo e seus derivados. Isso explica a reação defensiva do mercado, que evitou ampliadas quedas ao longo do dia.
Reação do setor e impacto no mercado
Apesar da pequena baixa do petróleo, os ativos ligados ao setor de energia — especialmente os papéis da Petrobras — registraram desempenho positivo no Brasil. Contribuiu para esse movimento um ajuste técnico nas ações da estatal, que vinham de quedas recentes, além do bom humor no mercado internacional com os rumores do acordo EUA-UE.
O comportamento do setor ilustra como fatores externos — especialmente negociações entre potências econômicas — podem mitigar efeitos locais ou pontuais, como o aumento de estoques em terminal logístico.
Mesmo com a leve retração desta quarta-feira, o setor de energia segue com os olhos voltados para possíveis novas decisões da Opep+ e eventuais atualizações na política energética dos Estados Unidos, particularmente relacionadas à produção com enfoque ambiental mais rígido.
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