Petróleo tem leve alta após decisão da Opep+ sobre produção

Os preços do petróleo encerraram a sessão desta segunda-feira (8) em alta moderada nos mercados internacionais. A valorização ocorreu após a Opep+ anunciar um novo acréscimo na produção a partir de outubro, inferior ao que vinha sendo praticado anteriormente.

Apesar da tendência de alta impulsionada pelo anúncio do cartel, o avanço dos preços foi limitado pela decisão da Saudi Aramco de reduzir o valor de venda aos clientes do mercado asiático.

Aumento contido na produção da Opep+ impulsiona o mercado

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) informou que elevará sua produção em 137 mil barris por dia a partir do próximo mês. Essa expansão representa uma desaceleração em relação aos aumentos dos últimos meses, que vinham ultrapassando os 144 mil barris por dia.

Essa medida, embora sinalize uma manutenção da política de flexibilização gradual da oferta iniciada durante a reabertura pós-pandemia, ficou aquém das expectativas do mercado, o que sustentou a leve elevação nos preços da commodity nos principais contratos de referência.

Ainda no fim de semana, rumores de que o grupo poderia manter o ritmo forte de expansão ajudaram a criar um ambiente especulativo positivo. Porém, ao revelar que elevará a produção em um volume mais cauteloso, a Opep+ transmitiu uma imagem de maior equilíbrio entre oferta e demanda.

A decisão acontece em meio a um cenário de preocupação com o crescimento global moderado e com a demanda por energia ainda oscilando, especialmente no segundo semestre do ano. A medida reforça a supervisão ativa da Opep+ sobre o ritmo de recuperação econômica mundial.

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Redução de preços da Saudi Aramco limita ganhos no petróleo

A alta nos preços do petróleo nesta sessão não foi mais acentuada devido à notícia de que a Saudi Aramco, gigante estatal da Arábia Saudita, cortou os preços de venda do petróleo destinado ao mercado asiático.

A decisão da petroleira indica um possível enfraquecimento da demanda na região, principalmente na China, que vem sofrendo com uma recuperação mais lenta que o projetado e com retrações pontuais na atividade industrial.

Tal mudança nos preços é um sinal de que a Aramco busca manter competitividade em um mercado estratégico, ativando um mecanismo clássico de ajuste diante de oscilações macroeconômicas e sinais de saturação entre compradores importantes.

Esse movimento da companhia acabou funcionando como fator de contenção sobre os preços internacionais, neutralizando parcialmente o impacto positivo da notícia da Opep+. Com isso, os investidores preferiram manter cautela diante das perspectivas mistas no mercado.

Fechamento do mercado: preços sobem, mas comedidamente

No encerramento do pregão, os contratos do Brent para novembro, negociados na ICE de Londres, subiram 0,79%, fechando a US$ 66,02 por barril. Já o WTI para entrega em outubro, plataforma de negociação da Nymex, avançou 0,63%, alcançando US$ 62,26 o barril.

Esses resultados interrompem as altas mais expressivas verificadas na semana anterior, quando rumores sobre um possível aumento robusto na oferta da Opep+ agitavam as expectativas de operadores e analistas.

Dessa forma, o mercado segue em uma trajetória de ajuste fino, reagindo à combinação entre decisões estratégicas de produção, comportamento da demanda asiática e tendências macroeconômicas em mercados-chave como Estados Unidos e Europa.

Por ora, a sinalização é de que tanto a Opep+ quanto grandes fornecedores como a Saudi Aramco estão atentos às variações do mercado e prontos para intervir com flexibilidade para preservar estabilidade e margens de lucro aceitáveis.

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