O mercado de petróleo registrou alta nesta quinta-feira (24), impulsionado pelo otimismo em torno das tratativas comerciais entre os Estados Unidos e seus parceiros globais. A recente aproximação entre Washington e Tóquio, somada a sinais de avanço com a União Europeia, renovou as expectativas dos investidores.
Diante desse cenário, os contratos futuros do Brent e do WTI apresentaram valorização consistente, refletindo a percepção de que acordos estão próximos de serem firmados antes do prazo estabelecido para 1º de agosto.
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Otimismo com negociações comerciais impulsiona petróleo
O avanço nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e blocos econômicos relevantes, como Japão e União Europeia, trouxe novo fôlego ao mercado de commodities. A Casa Branca anunciou no início da semana um acordo com os japoneses e mencionou estar em estágio avançado para chegar a um consenso com a UE. A perspectiva de redução nas tensões tarifárias e abertura de mercados estimula o apetite por ativos relacionados à energia.
Esse movimento foi refletido de imediato nos preços dos contratos futuros de petróleo. O barril do tipo Brent — referência internacional — para entrega em setembro subiu 0,97%, alcançando US$ 69,18 na plataforma da Intercontinental Exchange (ICE). Já o WTI — referência americana — com vencimento no mesmo mês avançou 1,20%, cotado a US$ 66,03 por barril, segundo dados divulgados pela New York Mercantile Exchange (Nymex).
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Preocupações comerciais começam a ceder
De acordo com os analistas do Commerzbank Research, Tommy Wu e Moses Lim, os últimos desdobramentos no front comercial elevaram o otimismo de que os EUA possam fechar acordos relevantes antes de 1º de agosto, prazo considerado estratégico nas disputas comerciais. Para o mercado, qualquer diminuição nas disputas tarifárias tende a beneficiar a atividade econômica global e, por consequência, a demanda por petróleo.
Além disso, esse cenário reduz o risco de desaceleração mais intensa nas principais economias — especialmente a norte-americana e as integrantes do bloco europeu. Esse ambiente mais favorável movimenta os preços do petróleo, ao mesmo tempo em que afasta temores de queda na produção industrial global e no consumo energético.
A influência dos acordos comerciais na demanda energética
A demanda por petróleo está diretamente ligada ao desempenho da economia global. Quando há avanços comerciais, traduzidos em menor barreira para o fluxo de bens e serviços, costuma haver também uma retomada nas atividades industriais e logísticas. Esse contexto exige maior consumo de energia, o que pressiona a cotação da commodity para cima.
No caso específico das tratativas entre os Estados Unidos e o Japão, o acordo anunciado fortalece o comércio bilateral. Já com a União Europeia, espera-se que eventuais medidas protecionistas sejam suspensas ou reduzidas. Com isso, o mercado aposta em um crescimento mais acelerado, impulsionado por políticas econômicas menos restritivas e exportações facilitadas.
Movimentação técnica nos mercados
Além dos fundamentos econômicos e geopolíticos, há um componente técnico que também explica a valorização da commodity. Os contratos de petróleo vinham acumulando perdas significativas nas últimas semanas, e o avanço nas tratativas comerciais serviu como gatilho para uma correção. Muitos investidores aproveitaram o momento para recompor posições, elevando ainda mais os preços.
Outro fator de peso está relacionado aos estoques americanos. A Administração de Informação de Energia (EIA, na sigla em inglês) divulgou recentemente uma queda inesperada nos estoques de petróleo bruto dos EUA, o que contribuiu para reforçar a percepção de um mercado mais apertado na oferta.
Perspectivas para o curto prazo
Com o prazo de 1º de agosto se aproximando, aumentam as apostas em novos anúncios por parte dos Estados Unidos. O governo norte-americano vem se movendo ativamente para redefinir suas relações comerciais com potências estratégicas, o que também reduz as apostas em novos embates tarifários — pelo menos no curto prazo.
Para o mercado de petróleo, a expectativa é de que, caso os acordos sejam selados, a cotação possa ganhar novo impulso. Porém, analistas alertam que o ambiente segue sensível e sujeito a mudanças repentinas, especialmente diante de qualquer impasse político ou econômico que venha a emergir nos próximos dias.
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