A cotação do petróleo voltou a subir diante de novos episódios de tensão no cenário internacional. O movimento reflete a preocupação dos investidores com a oferta global, especialmente após ataques ucranianos contra instalações energéticas na Rússia.
Mesmo que os fundamentos do mercado ainda apontem para um quadro ligeiramente negativo, as incertezas geopolíticas têm exercido peso maior sobre os preços do barril.
O que você vai ler neste artigo:
Tensões na Europa Oriental impulsionam preços
Os contratos futuros do petróleo encerraram o pregão em alta nesta terça-feira (2), influenciados por eventos envolvendo a guerra na Ucrânia. A recente ofensiva com drones contra infraestruturas russas de energia reacendeu os temores de possíveis interrupções na produção e exportação de petróleo. O ataque amplia incertezas sobre a estabilidade no fornecimento global, movimentando investidores que buscam proteção diante de riscos.
De acordo com analistas, o nível de tensão geopolítica é atualmente um dos maiores gatilhos para a valorização do petróleo, mesmo quando os dados macroeconômicos não indicam um cenário tão favorável para a demanda da commodity. Dennis Kissler, da BOK Financial, destaca que “embora os fundamentos reais para o petróleo continuem levemente negativos, a escalada geopolítica está tendo mais peso”.
Quer impactar quem entende de finanças?
Divulgue sua marca em um site focado em finanças, investimentos e poder de compra.
Alternância entre fundamentos e risco global
As incertezas quanto à demanda permanecem com influência moderada, já que o mercado continua atento a indicadores econômicos e dados de estoques. Em contrapartida, os riscos atrelados a conflitos e embargos assumem protagonismo. Esses fatores têm o potencial de elevar os preços mesmo sem alterações nos fundamentos tradicionais de oferta e procura.
O Brent — principal referência internacional — registrou valorização de 1,45%, com o barril a US$ 69,14 para entrega em novembro. Já o WTI, referência americana, teve alta mais expressiva de 2,47%, fechando a US$ 65,59, com contratos para outubro. Ambos os índices refletem a desconfiança quanto à estabilidade no fornecimento, diante de um panorama mais vulnerável.
Expectativa em torno da Opep+
Com encontro agendado para o próximo domingo (7), a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) permanece sob o radar dos investidores. Embora não haja expectativa de novos aumentos na produção, o mercado seguirá atento às sinalizações do grupo, que tradicionalmente exerce forte influência nos preços da commodity.
A possível manutenção dos níveis atuais de produção, em meio à recente alta dos preços impulsionada por fatores externos, pode consolidar a recuperação dos valores do petróleo nos próximos dias. Além disso, qualquer nova tensão comunicada durante o encontro pode amplificar a volatilidade no mercado futuro.
Fatores adicionais de influência nos próximos dias
Outros elementos também poderão impactar o comportamento do petróleo no curto prazo:
- Indicadores econômicos dos Estados Unidos e China, principais consumidores globais.
- Dados semanais de estoques divulgados por agências como a Administração de Informação de Energia (EIA).
- Oscilações no valor do dólar, que afetam commodities cotadas na moeda americana.
- Desenvolvimentos em conflitos no Oriente Médio ou novas sanções energéticas envolvendo grandes produtores.
Diante desse contexto, o mercado de petróleo tende a permanecer sensível, tanto a dados concretos quanto a riscos percebidos. A leitura geral é de que a geopolítica volta a exercer uma força decisiva na formação dos preços do barril.
Leia também:
- Ações chinesas atingem maior nível desde 2021 com dados comerciais positivos
- Ações do Banco do Brasil despencam 7% com ameaças de sanções
- Ações do banco Inter sobem com recomendação de compra do BTG
- Acordo entre EUA e China impulsiona mercados globais
- Agenda econômica da semana: PIB nos EUA e IPCA-15 no Brasil
- Apple valoriza US$ 180 bilhões após trégua comercial EUA-China
- Ata do Copom e inflação dos EUA movimentam mercados hoje
- Ata do Copom, prisão de Bolsonaro e dados dos EUA influenciam mercados