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Ibovespa recua com risco fiscal e dólar desacelera após indicadores dos EUA

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Ibovespa recua com risco fiscal e dólar desacelera após indicadores dos EUA — Ibovespa fecha em queda com alerta sobre risco fiscal, enquanto dólar desacelera após dados econômicos fracos nos EUA.

O Ibovespa encerrou o pregão desta sexta-feira (10) em queda, pressionado pela piora dos temores fiscais no Brasil. O sentimento de aversão ao risco cresceu após declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a revisão das metas fiscais.

Enquanto isso, o dólar iniciou o dia em forte alta, mas desacelerou os ganhos após indicadores econômicos abaixo do esperado vindos dos Estados Unidos, contendo um movimento mais agressivo da moeda.

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Desconfiança do mercado com cenário fiscal

A recente sinalização de que o governo pode revisar a meta fiscal de 2025 produziu repercussões negativas no mercado financeiro. Durante entrevista, Fernando Haddad indicou que a equipe econômica ainda está avaliando se manterá a meta de superávit primário para o ano que vem, o que aumentou a percepção de incertezas sobre o compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas.

Essa indefinição ocorre em meio à dificuldade da equipe em garantir aumento de receita e controle de gastos para cumprir a meta atual, o que preocupou investidores. Em resposta, o Ibovespa acumulou perdas ao longo do dia. Papéis de estatais e empresas ligadas ao setor financeiro lideraram as perdas, refletindo o aumento da percepção de risco e possíveis impactos no cenário macroeconômico doméstico.

Títulos do Tesouro também sofreram desvalorização, com os juros futuros subindo em diversos vencimentos, sinalizando uma piora na curva de expectativas sobre a dívida pública e política monetária. A tendência é que essa instabilidade persista enquanto houver sinalizações ambíguas quanto aos compromissos fiscais do governo federal.

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Dólar desacelera após dados fracos dos EUA

Embora o dólar tenha começado a sessão em alta, motivado pelos riscos domésticos, perdeu força ao longo do dia diante de dados econômicos piores que o previsto nos Estados Unidos. O índice de sentimento do consumidor norte-americano, medido pela Universidade de Michigan, caiu de 77,2 para 67,4 pontos — uma queda acentuada que surpreendeu analistas.

Além disso, as expectativas de inflação de longo prazo entre os consumidores americanos subiram para o maior nível desde 2011, alcançando 3,1%. Esses dados aumentaram a percepção de que o Federal Reserve poderá optar por manter os juros elevados por um período mais longo, visando conter o avanço dos preços.

O resultado imediato foi uma reversão parcial das posições compradas na moeda americana, devido à incerteza crescente sobre o desempenho da maior economia do mundo. Assim, o dólar comercial encerrou o dia em leve alta, moderada em comparação aos saltos registrados anteriormente na semana.

Expectativas e impactos no curto prazo

A semana foi marcada por movimentos intensos nos mercados doméstico e externo, pautados tanto por temas fiscais no Brasil quanto por dados econômicos relevantes nos EUA. Para os próximos dias, o foco segue dividido entre Brasília e as decisões de política monetária nos principais bancos centrais globais.

No cenário local, investidores aguardam definições mais concretas sobre a proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), especialmente em relação à meta de resultado primário. O objetivo, segundo membros do governo, é apresentar uma meta realista e crível, mas qualquer sinal de frouxidão fiscal pode pressionar ainda mais os ativos.

Já no contexto internacional, os dados decepcionantes vindos da economia norte-americana adicionam um novo componente de volatilidade. Ainda que o mercado revise as apostas sobre o início de cortes nos juros pelo Fed, o aumento da incerteza pode favorecer ativos defensivos, como o dólar, em detrimento de bolsas emergentes como a brasileira.

Reações dos setores e ativos brasileiros

  • Ações de bancos: Itaú, Bradesco e Banco do Brasil encerraram o dia com perdas entre 1% e 3%. O setor é diretamente afetado pela percepção de risco soberano e movimentações na curva de juros.
  • Empresas estatais: Petrobras e Eletrobras recuaram diante da leitura de riscos políticos e fiscais. O papel preferencial da Petrobras, por exemplo, caiu mais de 2% no fechamento da sessão.
  • Papeis ligados à economia doméstica: Varejistas, construtoras e empresas de consumo apresentaram desempenho negativo, refletindo a cautela diante do cenário de juros elevados por mais tempo e incerteza fiscal.

A sinalização de enfraquecimento do compromisso fiscal por parte do governo coincidiu com um ambiente externo menos otimista, o que agravou a instabilidade no mercado brasileiro. Com isso, o Ibovespa registrou queda semanal significativa, enquanto o dólar deve continuar sensível às variações do risco Brasil e aos desdobramentos nos EUA.

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