Ibovespa em alta e dólar cai com tensões no Oriente Médio no radar

O Ibovespa iniciou a semana com um desempenho robusto, impulsionado por expectativas sobre decisões de juros nos Estados Unidos e no Brasil. Ao mesmo tempo, a queda do dólar refletiu uma menor aversão ao risco entre investidores globais.

No cenário internacional, as tensões no Oriente Médio seguem preocupando o mercado, mas não impediram o avanço de ativos brasileiros nesta segunda-feira, 17.

Ibovespa dispara impulsionado por fatores internos e externos

O principal índice da Bolsa brasileira subiu 1,29%, encerrando o pregão aos 120.370 pontos. A valorização foi sustentada por papéis de empresas exportadoras, que se beneficiam do dólar em patamar elevado, e pelo otimismo em torno da política monetária. Investidores monitoram atentamente as reuniões do Federal Reserve (Fed) e do Comitê de Política Monetária (Copom), previstas para esta semana.

No exterior, apesar das tensões persistentes no Oriente Médio, a ausência de novos ataques diretos entre países contribuiu para uma leve melhora no apetite ao risco. Esse cenário favoreceu o fluxo de capital para mercados emergentes, como o Brasil.

Além disso, dados da economia chinesa — importantes para os setores de commodities — vieram acima das expectativas, reforçando o desempenho de empresas ligadas à mineração e siderurgia. A alta das ações da Vale, por exemplo, teve impacto significativo na performance do índice.

No plano doméstico, operadores demonstram confiança na condução da política monetária brasileira. O mercado já precifica a manutenção da taxa Selic em 10,50% pelo Copom, o que deixa os ativos locais atrativos para o investidor estrangeiro.

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Dólar recua e fecha abaixo de R$ 5,50

No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,65%, cotado a R$ 5,49. A desvalorização da moeda americana reflete uma combinação de fatores, como a entrada de recursos externos e a postura mais cautelosa do Fed em relação ao aperto monetário.

Investidores avaliam que o banco central dos Estados Unidos deve manter os juros inalterados nesta reunião, reforçando o cenário de estabilidade de curto prazo no custo do dinheiro global. Esse entendimento retirou pressão sobre o dólar e fortaleceu moedas de países emergentes.

No Brasil, o recuo da divisa contribui para aliviar preocupações inflacionárias e melhora as condições de importação, especialmente para o setor industrial. Por outro lado, a apreciação do real pode preocupar exportadores, já que reduz a competitividade de produtos brasileiros no exterior.

O movimento também foi influenciado pela melhora no humor externo diante das perspectivas diplomáticas no conflito envolvendo Israel e o Irã. Ainda que a tensão persista, interlocutores têm sinalizado interesse em evitar uma escalada maior, favorecendo ativos de risco.

Reuniões de Fed e Copom movimentam a semana

O foco do mercado agora se volta para as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil. A reunião do Fed, marcada para quarta-feira, 19, deve manter os juros no mesmo patamar entre 5,25% e 5,50% ao ano, segundo analistas de Wall Street.

O Banco Central do Brasil também se reúne nesta semana, com anúncio esperado para a noite de quarta-feira. Apesar de parte do mercado ainda defender cortes adicionais na Selic, há um consenso crescente de que o ciclo de redução foi encerrado em maio, diante das pressões inflacionárias.

A decisão será acompanhada de perto pelos investidores não só pela taxa em si, mas também pelas projeções e linguagem do comitê — aspectos considerados cruciais para o posicionamento do mercado nos próximos meses.

Expectativas para o restante da semana

Com os investidores atentos a dados e eventos de grande impacto, como a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e os desdobramentos no Oriente Médio, a volatilidade deve continuar presente nos mercados financeiros.

Até o fim da semana, qualquer sinalização mais dura do Fed ou uma fala mais cautelosa do Copom pode alterar a precificação dos ativos, tanto no câmbio quanto na Bolsa. O andamento do conflito geopolítico também permanece como elemento central na avaliação de risco global.

Dessa forma, apesar do início positivo, a semana tende a ser marcada por cautela e ajustes pontuais à medida que os eventos se desenrolam, com investidores em busca de mais pistas sobre os rumos da economia mundial e da política de juros.

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