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Dólar sobe e Ibovespa perde força diante de tensões globais

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Dólar sobe e Ibovespa perde força diante de tensões globais — Dólar registra alta e Ibovespa desacelera com tensões em Israel e Irã, ata do Copom e falas de Jerome Powell no radar.

O mercado financeiro brasileiro começou o dia em ambiente positivo, mas perdeu ímpeto ao longo da sessão. A valorização do dólar ganhou força enquanto o Ibovespa desacelerou os ganhos, refletindo a cautela dos investidores.

As tensões crescentes entre Irã e Israel, a ata do Copom e declarações recentes de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, movimentaram os ativos nesta terça-feira (23), gerando instabilidade entre os agentes do mercado.

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Conflito entre Irã e Israel amplia aversão ao risco

A escalada das tensões no Oriente Médio voltou a pressionar os mercados globais. O ataque israelense a Isfahan, no Irã, na última sexta-feira (19), e a resposta diplomática iraniana ainda mantêm os investidores apreensivos. A instabilidade na região, rica em petróleo, impulsiona os preços da commodity e reforça o movimento de aversão ao risco.

Com esse cenário, aumentou-se a busca por ativos considerados mais seguros, como o dólar. A divisa norte-americana operou em alta firme durante o dia, superando os R$ 5,20, no cenário doméstico. A postura defensiva dos mercados também influenciou o desempenho de bolsas na Europa e nos Estados Unidos.

Enquanto isso, commodities como o petróleo Brent recuaram levemente após três sessões de ganhos, mas o clima geopolítico segue como um fator de pressão. Exportadores brasileiros monitoram os desdobramentos, preocupados com possíveis interrupções na cadeia logística de comércio internacional.

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Ata do Copom reforça tom conservador do Banco Central

No ambiente doméstico, a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) trouxe sinais claros de preocupação da autoridade monetária com o ritmo da inflação. Com isso, as apostas sobre o nível da taxa Selic ganharam novo fôlego e pressionaram o desempenho dos ativos de risco.

O documento reiterou a necessidade de cautela com relação aos próximos cortes de juros. O BC destacou que o ambiente global segue incerto e que qualquer movimento abrupto pode prejudicar a convergência da inflação à meta. A leitura mais dura do texto reduziu as apostas de cortes agressivos da Selic até o fim de 2024.

O mercado nacional reagiu com ajustes nas curvas futuras de juros, o que adicionou volatilidade aos negócios. A instabilidade também afetou o setor de consumo e empresas mais sensíveis a crédito, que dependem diretamente de juros mais baixos.

Declarações de Powell geram impacto nas expectativas globais

O discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, direcionou os investidores para uma percepção mais rígida quanto à política monetária dos EUA. Powell afirmou que o processo de desinflação desacelerou e que o banco central poderá manter os juros altos por mais tempo do que se esperava.

A fala teve efeito imediato sobre os rendimentos dos Treasuries, que subiram, provocando fortalecimento do dólar e queda nas bolsas internacionais. Para os mercados emergentes, como o Brasil, isso se traduz em maior pressão cambial e saída de capital estrangeiro.

A perspectiva de manutenção dos juros elevados por mais tempo nos EUA também reduz o apetite por ativos de risco. Somada às incertezas geopolíticas, a postura de Powell impôs desafios adicionais ao Ibovespa, que chegou a subir mais de 1% pela manhã, mas reduziu os ganhos ao longo do pregão.

Ibovespa desacelera após manhã positiva

O principal índice da B3 iniciou o dia com bom desempenho, embalada por ações ligadas a commodities, como Petrobras e Vale, acompanhando os sinais de valorização externa. Contudo, com o desenrolar da sessão, a combinação entre cenário internacional conturbado, ata conservadora do Copom e política monetária americana mais dura reduziu o entusiasmo dos investidores.

Papéis de setores como energia, mineração e bancos mostraram resiliência diante da instabilidade, mas o desempenho foi limitado. Empresas mais dependentes da economia interna perderam força em meio à expectativa de juros elevados em um horizonte mais prolongado.

Ao final da tarde, o Ibovespa operava com leve alta, enquanto o dólar mantinha avanço amplo frente ao real. Investidores demonstraram movimento defensivo diante da multiplicidade de fatores negativos que pesavam sobre o sentimento do mercado.

Em suma, o dia foi marcado por ajustes pontuais motivados pelo conflito no Oriente Médio, cautela do Banco Central brasileiro e expectativa de juros altos nos EUA — elementos que continuarão no radar dos investidores nas próximas semanas.

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