Dados de emprego nos EUA e PIB do Brasil movimentam mercados

A semana começa com as atenções dos investidores globais voltadas para os números do mercado de trabalho nos Estados Unidos. Os dados, que incluem o payroll de maio, podem dar novas pistas sobre o calendário de cortes de juros por parte do Federal Reserve.

No Brasil, o destaque será a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) referente ao primeiro trimestre de 2024, fornecendo uma leitura mais ampla sobre o ritmo da economia nacional no início do ano.

Foco nos dados de emprego nos EUA

Nesta sexta-feira (7), o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgará o relatório oficial de empregos (payroll) de maio, um dos indicadores mais importantes para a política monetária americana. A expectativa é de que o país tenha gerado cerca de 185 mil empregos, número inferior ao mês anterior, quando foram criadas 253 mil vagas. Além disso, será observada de perto a taxa de desemprego, estimada em leve alta de 3,9% para 4%.

Indicadores como o relatório Jolts (abertura de vagas), pedidos semanais de auxílio-desemprego e o relatório ADP de emprego no setor privado também trarão novas informações sobre o dinamismo da mão de obra americana. Juntos, esses dados ajudam a formar um quadro mais completo para o Federal Reserve decidir os passos futuros da política de juros, sendo que qualquer sinal de desaquecimento pode reforçar as apostas de um corte ainda este ano.

As decisões do Fed seguem sendo pautadas por um equilíbrio delicado: conter a inflação sem sufocar a atividade econômica. Nesse contexto, números mais fracos de emprego podem ser lidos como um sinal de que há espaço para reduções na taxa básica de juros, algo aguardado pelos mercados.

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PIB do Brasil: economia registra novo fôlego

No cenário doméstico, a semana será marcada pela divulgação do PIB do primeiro trimestre de 2024, nesta terça-feira (4). As estimativas preliminares apontam para uma leve expansão entre 0,7% e 1%em relação ao trimestre anterior, impulsionada principalmente pela agropecuária e por setores voltados ao consumo das famílias.

O desempenho econômico vem sendo favorecido por uma combinação de demanda aquecida e juros em trajetória de queda. Com a Selic em 10,50% ao ano, o Banco Central já sinalizou que novos cortes serão analisados com cautela, tendo em vista as incertezas no cenário externo — especialmente quanto aos juros nos EUA.

Além disso, os setores da indústria e dos serviços devem apresentar crescimento moderado, refletindo uma atividade econômica que, apesar de desafios fiscais, mantém certa resiliência. A inflação sob controle e os programas de transferência de renda também têm sustentado o consumo doméstico, segundo analistas do mercado.

Vale destacar ainda que os dados do PIB poderão influenciar nas expectativas para a arrecadação do governo, estimativas de crescimento para o ano e decisões futuras sobre política fiscal e monetária — especialmente diante da meta de déficit zero traçada para 2024.

Outros indicadores da semana

Além dos destaques no Brasil e nos EUA, a agenda da semana contará com outros indicadores relevantes que devem orientar analistas e investidores:

  • Zona do Euro: dados finais do PIB do primeiro trimestre e vendas no varejo.
  • China: resultados do setor de serviços (PMI de serviços Caixin), fundamentais para medir o ritmo de recuperação da economia chinesa.
  • Brasil: produção industrial de abril e dados do setor automotivo.
  • Estados Unidos: Índice ISM de serviços e dados do crédito ao consumidor.

A depender dos resultados divulgados, o mercado pode ajustar as apostas sobre os próximos movimentos dos principais bancos centrais do mundo e sobre o desempenho das economias centrais e emergentes ao longo do segundo semestre de 2024.

A convergência entre um cenário global ainda incerto e os desafios fiscais locais mantém os ativos brasileiros sensíveis a qualquer mudança nas expectativas para juros, inflação e crescimento. Por isso, a atenção estará dividida entre Brasília e Washington ao longo da semana, com potencial para volatilidade nos mercados.

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