Os mercados financeiros internacionais iniciaram o dia em alta, impulsionados pela expectativa de divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos. O resultado é aguardado como fator decisivo na avaliação do Federal Reserve sobre o rumo dos juros na próxima reunião.
A leitura abaixo do esperado do índice de preços ao produtor (PPI), divulgada ontem, aumentou as apostas de que o Fed opte por um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros. A decisão poderá influenciar o desempenho global dos ativos financeiros.
O que você vai ler neste artigo:
Bolsas internacionais sobem com expectativa sobre juros nos EUA
Os futuros das principais bolsas americanas operavam em campo positivo nesta manhã. Por volta das 8h, os contratos do S&P 500 avançavam 0,18%, enquanto os do Nasdaq exibiam ganho de 0,24%. Nos mercados europeus, o índice Stoxx 600 subia 0,29%, refletindo o otimismo quanto a uma possível flexibilização monetária nos Estados Unidos.
O resultado abaixo do esperado do PPI fortaleceu a tese de uma desaceleração inflacionária. A leitura do CPI, prevista para hoje, será determinante para as apostas do mercado. Caso o indicador confirme esse movimento de menor pressão nos preços, aumentam as chances de que o Fed promova o aguardado corte nos juros.
O dólar também se fortaleceu frente a outras moedas. O índice DXY, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de seis divisas relevantes, subia 0,15%, aos 97,99 pontos. A ponta compradora no mercado cambial mostra percepção de que mesmo com alívio inflacionário, os EUA ainda mantêm atratividade relativa.
Quer impactar quem entende de finanças?
Divulgue sua marca em um site focado em finanças, investimentos e poder de compra.
Brasil acompanha cenário externo e julgamento de Bolsonaro
No Brasil, os investidores monitoram tanto os dados de vendas no varejo quanto os desdobramentos políticos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. O destaque do dia fica por conta da divulgação do desempenho do comércio varejista, que pode oferecer pistas sobre o ritmo da atividade econômica no segundo trimestre.
No campo político, o julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal segue no radar. O ministro Luiz Fux votou ontem pela absolvição do ex-presidente e dos demais réus relacionados à tentativa de golpe. Seu argumento aponta para uma suposta incompetência do STF para julgar o caso.
Apesar de seu voto já ser esperado, a forma como Fux se posicionou surpreendeu. De um lado, parte do mercado acredita que a postura pode ser interpretada como aceno em direção à normalização das relações diplomáticas com os EUA. De outro, analistas políticos alertam que o gesto pode alimentar a tese de perseguição política, já defendida por Donald Trump, e levar a retaliações diplomáticas.
Ainda aguardam decisão os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin — este último preside a Primeira Turma. A expectativa é que apenas um voto contrário ao de Fux seja suficiente para formar maioria e definir a questão jurídica em torno de Bolsonaro.
Commodities e câmbio afetam ativos brasileiros
Na quarta-feira, o desempenho positivo das bolsas internacionais e a valorização das commodities ajudaram o Ibovespa a fechar com valorização, com destaque para ações da Petrobras e da Vale. Além disso, o dólar voltou a se aproximar de R$ 5,40, sinalizando incerteza no mercado de câmbio.
Entretanto, nesta quinta-feira, os preços do petróleo recuaram após novas preocupações quanto à demanda global, especialmente por parte da China. Esse movimento pode impactar negativamente as ações da Petrobras, que têm importante peso na composição do índice Ibovespa.
No curto prazo, o cenário internacional tende a ocupar maior relevância na condução dos ativos brasileiros. Mesmo assim, os investidores seguem atentos a sinais internos que possam alterar expectativas, como indicadores econômicos e decisões políticas em Brasília.
Expectativas para os próximos dias
Com a agenda desta quinta-feira marcada pela divulgação do CPI nos EUA e das vendas do varejo no Brasil, o mercado deve reagir a cada nova informação com variações nos preços dos ativos. Investidores devem ajustar posições à medida que ganham clareza sobre o rumo da inflação americana e da política monetária do Fed.
Além disso, o desfecho do julgamento de Bolsonaro também pode trazer novos elementos de volatilidade. Embora não seja o principal vetor de movimentação no curto prazo, o julgamento tem potencial para moldar o ambiente político interno e influenciar o humor do investidor estrangeiro em relação ao Brasil.
Leia também:
- Ações chinesas atingem maior nível desde 2021 com dados comerciais positivos
- Ações do Banco do Brasil despencam 7% com ameaças de sanções
- Ações do banco Inter sobem com recomendação de compra do BTG
- Acordo entre EUA e China impulsiona mercados globais
- Agenda econômica da semana: PIB nos EUA e IPCA-15 no Brasil
- Alta do petróleo e dólar fraco marcam início da sessão
- Apple valoriza US$ 180 bilhões após trégua comercial EUA-China
- Ata do Copom e inflação dos EUA movimentam mercados hoje