Nos mercados asiáticos, o clima fechou mais uma vez pressionado por preocupações externas. Investidores reagiram ao agravamento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, o que reforçou a aversão ao risco em ativos da região.
A instabilidade no cenário geopolítico internacional influenciou negativamente o desempenho das principais bolsas, em meio à expectativa por novas medidas tarifárias e dados econômicos fracos.
O que você vai ler neste artigo:
Tensões comerciais entre EUA e China voltam a pesar
As bolsas da Ásia registraram queda generalizada nesta sexta-feira (14), reflexo do agravamento das disputas comerciais entre as duas maiores economias do mundo. O governo dos Estados Unidos considera impor novas tarifas a produtos chineses em resposta ao avanço do setor de semicondutores no país asiático, fato que gerou incertezas nos mercados. Já a China, por sua vez, avalia possíveis retaliações, o que pode alimentar uma nova rodada de restrições mútuas.
Embora não se trate de uma escalada abrupta como em anos anteriores, os recentes comentários de autoridades americanas reacenderam preocupações sobre o impacto prolongado que esse atrito pode provocar nas cadeias globais de suprimentos, especialmente em setores estratégicos como o de tecnologia e eletrônicos.
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Principais bolsas asiáticas recuam
Entre os principais índices do continente, o Nikkei 225, do Japão, caiu 0,87%, pressionado pela queda das ações de empresas exportadoras. O fortalecimento do iene frente ao dólar contribuiu para a desvalorização, reduzindo a competitividade de empresas japonesas no exterior.
Na China continental, o índice Shanghai Compositeencerrou o pregão com baixa de 0,24%, enquanto o Shenzhen Componentteve recuo mais acentuado, de 0,61%. O setor de tecnologia foi particularmente impactado, diante da possibilidade de novas sanções comerciais por parte dos Estados Unidos.
O Hang Seng, de Hong Kong, registrou desvalorização de 1,47%, com forte pressão sobre as ações de grandes empresas chinesas. Em Taiwan, o índice Taiextambém caiu, refletindo a sensibilidade do mercado local a questões envolvendo a indústria de semicondutores.
Dados econômicos e tensões fazem mercado operar com cautela
Além dos entraves comerciais, a divulgação de indicadores pouco animadores contribuiu para o viés negativo. Na China, a produção industrial cresceu abaixo do esperado no último mês, enquanto as vendas no varejo também decepcionaram analistas. Esses dados levantaram dúvidas sobre a eficácia dos estímulos promovidos por Pequim para impulsionar o crescimento interno.
A combinação de dados fracos com o recrudescimento das tensões externas levou muitos investidores a buscarem ativos considerados mais seguros, como o ouro e o iene japonês. O movimento evidenciou o aumento da aversão ao risco, mesmo em mercados que vinham demonstrando resiliência nos últimos meses.
Perspectivas futuras continuam incertas
A depender dos próximos desdobramentos entre Estados Unidos e China, os mercados asiáticos podem continuar enfrentando volatilidade. Autoridades dos dois países ainda não sinalizaram um canal de diálogo aberto para tratar as divergências mais recentes. Isso mantém o ambiente carregado para os investidores na Ásia, sobretudo em setores altamente expostos a impacto regulatório.
O cenário também se agrava pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed) norte-americano mantenha os juros elevados por mais tempo, o que reduz o apetite por ativos de mercados emergentes. Analistas sinalizam que a combinação de fatores externos negativos pode limitar o fôlego de recuperação das bolsas asiáticas no curto prazo.
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