O London Stock Exchange Group (LSEG), responsável pela Bolsa de Valores de Londres, está considerando operar 24 horas por dia. A proposta surge em meio a pressões para modernizar os mercados financeiros e ampliar o acesso global às negociações.
Segundo o jornal Financial Times, a medida ainda está sob avaliação interna da instituição, que vem consultando corretores, gestores de ativos e bancos de investimento para analisar os impactos de uma operação contínua.
O que você vai ler neste artigo:
Mudanças no mercado global
O avanço da tecnologia e o crescimento no número de investidores ao redor do mundo têm incentivado grandes bolsas globais a repensarem seus modelos operacionais. No caso da LSEG, uma eventual transição para o funcionamento ininterrupto buscaria atender diferentes fusos horários, facilitando o acesso por investidores da Ásia, América e Oriente Médio.
Além disso, o movimento pode ser interpretado como uma resposta à crescente competitividade entre centros financeiros. Bolsas como a de Nova York e de Cingapura também buscam ampliar seus horários ou permitir maior flexibilidade nas operações, especialmente diante da popularização de ativos digitais, que já funcionam 24/7.
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Consulta aos participantes do mercado
De acordo com o Financial Times, a LSEG iniciou uma ampla consulta ao mercado, envolvendo vários agentes:
- Bancos de investimento
- Corretoras
- Gestores de fundos e ativos
- Empresas listadas
O objetivo é mensurar o interesse e a viabilidade técnica e econômica da possível extensão do horário. Embora muitos investidores reconheçam as vantagens da disponibilidade constante, também existem preocupações logísticas com contratação de pessoal, monitoramento de sistemas e impactos sobre a liquidez.
Potenciais desafios logísticos
A implementação de uma operação 24 horas envolve desafios complexos. Manter alta liquidez em todas as faixas do dia é uma das maiores preocupações, já que boa parte dos volumes de negociação se concentra em determinados horários, principalmente na abertura e no fechamento do pregão.
Além disso, é necessário repensar estruturas de suporte ao mercado, como:
- Manutenção de sistemas tecnológicos sem janela de pausa
- Rotinas de auditoria e reconciliação de dados
- Escalas de trabalho noturno para operadores e analistas
- Revisão dos contratos com prestadores de serviço e parceiros globais
Os custos associados à implementação de turnos contínuos também estão sendo avaliados. A adoção de um modelo híbrido — com maior amplitude, mas não necessariamente 24h ininterruptas — também está em consideração.
Impacto sobre empresas e investidores
Para as companhias listadas, uma eventual mudança pode significar maior exposição ao mercado e maior volatilidade. Em contrapartida, há a perspectiva de acesso ampliado a capitais, sobretudo de fundos estrangeiros localizados fora do horário tradicional de Londres.
Já para os investidores, especialmente os internacionais, a medida seria favorável. Isso permitiria aproveitar janelas de oportunidade em horários alternativos, equilibrando diferenças de fuso entre regiões como Ásia e América do Norte.
Enquanto se discutem impactos e caminhos possíveis, a decisão final ainda dependerá dos resultados da consulta iniciada pela LSEG. A eventual mudança poderá colocar Londres em posição de vanguarda no mercado financeiro internacional, caso consiga estruturar uma operação eficaz e globalmente integrada.
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