Nesta terça-feira (13), os mercados operam atentos a decisões-chave e aos dados macroeconômicos que podem influenciar o rumo dos ativos nos próximos dias. No Brasil, a ata do Copom ajuda a balizar as expectativas quanto à trajetória da taxa Selic.
Nos Estados Unidos, os investidores monitoram o índice de inflação ao consumidor às vésperas de decisões dos bancos centrais. Na B3, os primeiros balanços trimestrais seguem no radar, com o Nubank entre os destaques desta terça.
O que você vai ler neste artigo:
Ata do Copom e trajetória dos juros
O Banco Central brasileiro divulgou nesta manhã a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a taxa Selic em 14,75%. A decisão marcou, possivelmente, o fim do ciclo de aperto monetário, iniciando uma nova fase de estabilidade nos juros.
O documento mostra que os membros do Comitê adotam agora uma postura mais cautelosa diante do ambiente inflacionário global e das incertezas fiscais domésticas. O texto também reforça que a política monetária continuará restritiva “por tempo suficientemente prolongado” para garantir a ancoragem das expectativas.
Entre os pontos observados pelo mercado, estão a menção ao comportamento dos núcleos de inflação, que seguem acima do ideal, a desaceleração da atividade econômica em setores-chave e os impactos fiscais do novo arcabouço. A leitura da ata ajuda os agentes a calibrar suas apostas sobre o início de possíveis cortes na Selic.
Quer impactar quem entende de finanças?
Divulgue sua marca em um site focado em finanças, investimentos e poder de compra.
Inflação nos Estados Unidos no centro das atenções
No cenário internacional, o destaque é o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A divulgação acontece às 9h30 (horário de Brasília) e carrega grande importância em função de seu impacto sobre a política monetária do Federal Reserve.
A mediana das projeções indica inflação estável em 2,4% na base anual, enquanto a variação mensal prevista é de 0,3%, revertendo a queda anterior de 0,1% em março. A expectativa é de que as recentes tarifas impostas a produtos importados elevem os custos no curto prazo, apesar do acordo em curso entre EUA e China.
Uma leitura acima do esperado pode levar os investidores a reavaliar apostas sobre cortes de juros ainda neste ano. Por outro lado, se os dados vierem abaixo, o discurso dovish no Fed pode se fortalecer, aliviando os rendimentos dos Treasuries e beneficiando ativos de risco.
Balanços na B3: destaque para o Nubank
Na bolsa brasileira, os investidores avaliam os resultados do primeiro trimestre. Na véspera, a Petrobras divulgou seu balanço com um expressivo crescimento de 48,6% no lucro líquido, somando R$ 35 bilhões. O desempenho se destaca em um cenário ainda volátil para o setor de commodities.
Para esta terça-feira, o foco recai sobre empresas que divulgam seus balanços após o fechamento do pregão:
- Nubank
- JBS
- CVC
- CEF (Caixa Econômica Federal)
- Pagbank
- Raízen
- Santos Brasil
- SLC Agrícola
Especialistas observam os números do Nubank com atenção especial. A fintech tem mostrado forte crescimento de carteira e expansão internacional, ao mesmo tempo em que busca ampliar rentabilidade. A expectativa é de nova alta na base de usuários e melhor performance no segmento de crédito pessoal e cartões.
Discursos e agenda externa afetam humor dos mercados
Além dos indicadores e balanços, a agenda desta terça-feira também é marcada por falas de autoridades monetárias. Gabriel Galípolo — diretor de política monetária do Banco Central — participa de um jantar oficial com o presidente Xi Jinping, o que pode abrir espaço para articulações diplomáticas relevantes.
Na Europa, Andrew Bailey, presidente do Banco da Inglaterra, cumpre agenda com pronunciamentos aguardados pelos investidores. Qualquer sinalização mais clara sobre o ritmo do aperto monetário no Reino Unido tende a refletir nas projeções para outras economias desenvolvidas.
As bolsas internacionais apontam para uma terça de ajustes. Na Ásia, os resultados foram mistos: o CSI 300, da China, subiu 0,15%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong retraiu 1,87%, puxado pela queda de empresas de tecnologia. No Japão, destaque para o Nikkei, que acumulou sua quarta alta consecutiva com avanço de 1,43%.
Já na Europa, os principais índices operam em leve alta. O Stoxx 600 sobe 0,2%, enquanto o DAX alemão e o CAC 40 francês mostram variações próximas à estabilidade. Nos Estados Unidos, os futuros seguem em queda suave: Nasdaq recua 0,3%, S&P 500 perde 0,2%, e Dow Jones cede 0,1%.
Do cenário interno ao quadro global, a terça-feira se desenha como um dia agitado para os mercados, com dados sensíveis e discursos relevantes que podem moldar o sentimento dos investidores nos próximos dias.
Leia também:
- Acordo entre EUA e China impulsiona mercados globais
- Apple valoriza US$ 180 bilhões após trégua comercial EUA-China
- Bolsas da Ásia fecham em alta após decisões do Fed
- Bolsas da Ásia fecham em alta com otimismo comercial
- Decisões do Fed e Copom movimentam o mercado financeiro
- Dólar sobe antes das decisões do Copom e Fed
- Fed mantém juros estáveis e impacta mercados financeiros
- Ibovespa sobe 2% e dólar cai com otimismo do Copom