Alta do petróleo e dólar fraco marcam início da sessão

O início da sessão financeira nesta segunda-feira (8) aponta para um ambiente internacional mais favorável aos ativos de risco, com os preços do petróleo operando em alta e o dólar apresentando desvalorização frente a outras moedas. Esses movimentos refletem principalmente ajustes às expectativas macroeconômicas e geopolíticas recentes.

A valorização do petróleo ocorre em um contexto de tensões no Oriente Médio e cortes na produção por países da Opep+. Já o enfraquecimento do dólar reflete apostas de manutenção da política monetária nos EUA e dados econômicos mistos divulgados recentemente.

A valorização do petróleo e seus impactos nos mercados

O preço do petróleo tipo Brent avançava cerca de 0,88% na manhã desta segunda, cotado acima dos US$ 86 por barril. Já o WTI (referência nos EUA) também subia, reforçando um cenário de pressão inflacionária sobre os principais consumidores de energia. A alta reflete uma combinação de fatores como:

  • A prorrogação dos cortes voluntários de produção pela Arábia Saudita e Rússia;
  • Preocupações com o escoamento da oferta diante da instabilidade no Mar Vermelho;
  • Expectativas de aumento da demanda global durante o verão no hemisfério norte.

Esses movimentos influenciam diretamente as cotações de ações de petroleiras, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, empresas como Petrobras e PRIO tendem a reagir positivamente ainda nas primeiras horas de negociação.

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Dólar perde força no exterior em meio a dados nos EUA

No mercado de câmbio, o dólar exibe fraqueza diante de moedas de países emergentes e pares desenvolvidos. O índice DXY — que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas — recuava em torno de 0,25% no início desta manhã.

A desvalorização da moeda reflete diversos fatores:

  • A leitura mais fraca do relatório de empregos dos EUA (payroll) divulgado na sexta-feira (5);
  • Especulações de que o Federal Reserve pode iniciar cortes de juros ainda em 2024;
  • Crescente apetite por ativos de risco nos mercados globais.

Com isso, moedas de países exportadores de commodities, como o real, tendem a se beneficiar, o que pode colaborar para uma leve queda do dólar comercial no Brasil ao longo do dia.

Expectativas para o mercado brasileiro

O mercado doméstico tende a acompanhar o otimismo global, com atenção voltada para o desempenho das commodities e para o cenário político e fiscal. A valorização do petróleo melhora as perspectivas para as exportações brasileiras e pode impulsionar o desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), caso o cenário externo continue positivo.

Além disso, a menor pressão cambial pode favorecer setores sensíveis à valorização do real, como o varejo e transportes. Analistas projetam um dia de valorização para o Ibovespa e possível recuo dos juros futuros, refletindo a melhora na percepção de risco.

Ao mesmo tempo, investidores locais continuam atentos às discussões no Congresso sobre medidas fiscais e à agenda do Banco Central, que poderá adequar seu plano de cortes na taxa Selic caso o dólar continue pressionado para baixo.

Conjuntura externa segue sendo fator decisivo

A performance dos ativos globais nesta segunda-feira reforça a importância do cenário externo para os mercados emergentes. Com o petróleo em alta e o dólar mais fraco, cresce o apetite por risco em ativos de países como o Brasil, que reúne características atrativas para investidores estrangeiros — como juros reais elevados e ampla base de exportação de commodities.

No entanto, a volatilidade permanece como um fator de atenção, especialmente em meio a possíveis surpresas sobre inflação e crescimento nos Estados Unidos, decisões da Opep+ e conflitos regionais. Os desdobramentos dessas variáveis seguirão determinando o humor dos investidores nos próximos dias.

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