O início da semana é marcado por otimismo nos mercados globais diante de uma reaproximação entre Estados Unidos e China. Após dois dias de negociações na Suíça, as potências anunciaram um acordo preliminar com redução mútua nas tarifas comerciais, impulsionando as bolsas internacionais.
Ao mesmo tempo, os investidores acompanham indicadores econômicos locais, como a prévia do IGP-M de maio e o Boletim Focus, além dos resultados corporativos relevantes que serão divulgados após o fechamento do pregão.
O que você vai ler neste artigo:
Estados Unidos e China reduzem tensões
A notícia de um acordo comercial entre EUA e China repercutiu fortemente nas bolsas de valores. Em apenas dois dias de negociação na Suíça, os países chegaram a um entendimento preliminar. De acordo com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, as conversas foram "muito produtivas", culminando em um corte recíproco nas tarifas.
Pelo acordo, os EUA reduziram as tarifas sobre produtos chineses para 30%, enquanto a China baixou os impostos sobre produtos norte-americanos para 10%, ambos com validade de 90 dias. Esse movimento foi suficiente para acalmar os ânimos de investidores que receavam uma escalada protecionista entre as maiores economias do mundo.
Reflexo desse alívio pôde ser visto nos mercados desde as primeiras horas da segunda-feira, 12. A retomada do diálogo, mesmo que ainda em estágio preliminar, reacende expectativas de avanços comerciais mais robustos. Ainda não há um novo cronograma de reuniões, mas analistas avaliam que o tom construtivo sinaliza uma possível normalização gradual das relações comerciais bilaterais.
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Impacto imediato nas bolsas globais
Com o anúncio do acordo, os ativos globais reagiram com entusiasmo. Os índices futuros de Nova York dispararam, com o Nasdaq-100 subindo 4,1%, o S&P 500 avançando 3,1% e o Dow Jones ganhando 2,4%. Esse forte desempenho reflete a leitura de que a trégua tarifária pode aliviar pressões inflacionárias e estimular o comércio global.
Na Ásia, o movimento também foi expressivo. O Hang Seng de Hong Kong teve alta de 2,98%, fortemente influenciado pelas ações do setor tecnológico, com o Hang Seng Tech saltando 5,16%. Já o índice CSI 300, que reúne as principais companhias listadas na China, aumentou 1,16%. No Japão, o índice Nikkei 225 fechou com variação positiva de 0,38%. O Kospi, da Coreia do Sul, avançou 1,17%.
Na Europa, as bolsas abriram em terreno positivo, com o Stoxx 600 registrando elevação de 1%, o índice DAX, da bolsa de Frankfurt, apontando alta de 1,2%, e o francês CAC 40 crescendo 1,6%. A convergência dos ganhos reforça o sentimento global de alívio com a notícia.
Acompanhamento de indicadores no Brasil
Enquanto o cenário internacional dita o ritmo dos mercados externos, no Brasil a atenção está voltada para a divulgação de dados econômicos locais. Logo no início da manhã, foi divulgada a primeira prévia de maio do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), importante balizador de contratos de aluguel, tarifas e serviços.
Também sob os holofotes está o Boletim Focus, publicação semanal do Banco Central que reúne projeções de analistas para indicadores-chave como inflação, PIB, taxa Selic e câmbio. Os números atualizados servem como termômetro das expectativas do mercado para o rumo da política monetária, especialmente com o Comitê de Política Monetária (Copom) se aproximando de nova reunião.
Ainda nesta segunda-feira, às 15h, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) apresenta a balança comercial semanal. O resultado oferece pistas sobre o desempenho das exportações e importações brasileiras nesta primeira quinzena de maio, o que também influencia no câmbio e nas projeções de crescimento econômico.
Destaques da agenda institucional
Ao longo do dia, eventos programados também podem movimentar os ativos financeiros. Um dos principais destaques é o discurso de Adriana Kugler, diretora do Federal Reserve (Fed), marcado para 11h25, em evento na Irlanda. A fala pode sinalizar movimentos futuros de juros nos Estados Unidos, principalmente diante do novo cenário de menor tensão comercial.
Outra movimentação importante envolve o presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, que acompanha a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem à China. A presença do braço direito do BC em solo chinês ocorre em meio ao debate sobre o avanço nas relações comerciais e tecnológicas entre os países, e pode ter implicações estratégicas.
Resultados corporativos em foco
No campo empresarial, a temporada de divulgação de balanços segue intensa. Após o encerramento dos negócios, grandes companhias brasileiras apresentam seus resultados do primeiro trimestre de 2024. Entre os nomes mais aguardados estão:
- Petrobras
- Natura
- Sabesp
- Yduqs
- Brava Energia
- Direcional Engenharia
- Even Construtora
- IRB Brasil RE
- Telefônica Brasil
- Terra Santa Agro
Esses balanços são cruciais para a avaliação de desempenho setorial e para reprecificação dos papéis negociados em bolsa. Empresas como Petrobras e Sabesp, por exemplo, têm peso relevante nos índices brasileiros e tendem a ditar o ritmo do mercado nos dias seguintes à divulgação.
Com todos esses elementos em pauta, o mercado assume uma postura cautelosa, porém otimista, diante da combinação entre notícias externas favoráveis e a expectativa por dados que possam apontar a direção da economia brasileira nos próximos meses.
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