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Tencent assegura chips para inteligência artificial após restrições dos EUA

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Tencent assegura chips para inteligência artificial após restrições dos EUA — Tencent reforça estoque de chips para inteligência artificial, superando sanções dos EUA e garantindo avanços tecnológicos.

A Tencent, gigante chinesa da tecnologia, está apostando em uma estratégia agressiva para garantir sua atuação no competitivo setor de inteligência artificial. A empresa anunciou que acumulou um grande volume de chips de ponta, essenciais para o treinamento de IA generativa.

Esse movimento é uma resposta direta às restrições impostas pelos Estados Unidos contra o envio de processadores avançados à China. Entre os itens adquiridos, estão milhares de chips H800 da Nvidia, projetados especialmente para o mercado chinês.

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Estoque estratégico de chips

A Tencent revelou, durante apresentação a investidores, que dispõe de capacidade para treinar grandes modelos de IA por pelo menos dois anos sem necessidade de equipamentos adicionais. A informação foi compartilhada por Dowson Tong, presidente sênior da divisão de nuvem e inteligência artificial da empresa.

O principal destaque é o uso de chips H800, uma versão restrita da Nvidia baseada no A100, projetada para se adequar às sanções dos EUA. Esses componentes são considerados cruciais no desenvolvimento de modelos generativos responsáveis por ferramentas como o ChatGPT, da OpenAI.

Além disso, a companhia está otimizando seus algoritmos para maximizar o desempenho de seus sistemas dentro das limitações de hardware. Essa adaptação tem permitido economias significativas de recursos.

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Reação ao cerco dos Estados Unidos

Como parte do embate comercial entre Washington e Pequim, os Estados Unidos vêm limitando severamente o acesso da China a chips avançados como o A100 e o H100, ambos da Nvidia. A Tencent, assim como outras empresas chinesas, antecipou-se à medida, comprando em larga escala os modelos ainda permitidos, como o H800.

A administração Biden considera tais restrições fundamentais para frear o avanço chinês em tecnologias de uso dual — civil e militar. Apesar disso, empresas como Tencent e Alibaba encontraram formas de contornar, ao menos parcialmente, os efeitos práticos das sanções.

Por enquanto, essas companhias ainda podem adquirir versões modificadas do hardware de IA. No entanto, a pressão por parte das autoridades americanas continua a crescer, e novas rodadas de restrições não estão descartadas.

Investimento contínuo em IA

Mesmo diante das incertezas, a Tencent mantém investimentos pesados e contínuos em tecnologias de inteligência artificial. A empresa afirmou que sua infraestrutura já cobre desde o treinamento até a execução de modelos proprietários como o Hunyuan, lançado em setembro.

A divisão de nuvem da empresa, fundamental para processos de IA, também passou por reestruturações no primeiro trimestre, com foco em ampliar a eficiência e integração entre diferentes áreas. A reorganização visa facilitar a escalabilidade de soluções baseadas em IA em setores variados, como finanças, manufatura e atendimento ao consumidor.

Com mais de 1.800 grandes modelos já treinados ou em desenvolvimento em sua plataforma, a Tencent se posiciona como um dos principais players do setor na China, ao lado de empresas como Baidu e Huawei.

Desafios e perspectivas

Apesar do fôlego conquistado com o estoque de chips, o cenário ainda inspira cautela. A dependência de componentes estrangeiros continua sendo um ponto frágil no ecossistema de tecnologia da China. Além disso, o avanço das sanções americanas pode tornar mais difícil o acesso até mesmo às versões restritas de chips.

Outra preocupação envolve o desenvolvimento interno de semicondutores de alto desempenho. Embora empresas chinesas estejam se esforçando para criar alternativas autônomas, os avanços ainda estão aquém da qualidade dos chips ocidentais da Nvidia ou AMD.

Enquanto isso, a Tencent adota uma visão de médio e longo prazo, apostando não apenas em hardware, mas também em treinamento intensivo de modelos baseados nas necessidades locais e em parcerias estratégicas no mercado interno.

Os próximos dois anos serão essenciais para medir a resiliência das empresas de tecnologia da China diante das disputas geopolíticas e das correntes de inovação lideradas pelos EUA.

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