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Inflação nos EUA de agosto e impacto nos juros

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Inflação nos EUA de agosto e impacto nos juros — Inflação ao consumidor dos EUA em agosto pode redefinir expectativas sobre cortes nos juros pelo Banco Central americano.

A inflação ao consumidor dos Estados Unidos (CPI) referente a agosto será um dos principais focos do mercado, em meio às incertezas sobre o rumo da política monetária do Federal Reserve (Fed). O indicador terá papel determinante para medir a força da tendência de desaquecimento dos preços ao longo de 2023.

Com isso, as expectativas em torno de possíveis cortes na taxa de juros americana podem ser ajustadas a partir do resultado do CPI. Investidores e analistas estarão atentos aos dados para avaliar os próximos passos do banco central norte-americano.

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Pressão inflacionária em foco

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA é um termômetro fundamental da economia e uma das principais referências para decisões de juros. Em agosto, a taxa cheia deve apresentar alta mais expressiva, especialmente puxada pela recuperação dos preços do petróleo e derivados. Estimativas preliminares apontam para um avanço mensal em torno de 0,6%, elevando a inflação anual para cerca de 3,6%.

Ainda assim, quando considerado o núcleo da inflação — que exclui alimentos e energia —, a expectativa é de uma desaceleração, com projeções girando em torno de um aumento de 0,2% no mês e 4,3% no acumulado em 12 meses. Esses dados são importantes porque o Fed costuma olhar com mais atenção para o núcleo, buscando avaliar a persistência da pressão inflacionária no médio prazo.

Analistas de mercado avaliam que, caso o CPI venha abaixo do esperado, ganham força as apostas de que o Fed não só manterá os juros no patamar atual como também poderá, no futuro próximo, iniciar uma série de cortes. Por outro lado, uma surpresa mais forte nos números pode reforçar o discurso do banco central de que ainda há trabalho a fazer para conter a inflação.

A composição da inflação também terá um peso relevante na leitura do mercado. Se o avanço vier concentrado em itens voláteis, como gasolina, pode ter efeito limitado. Já uma inflação disseminada por serviços e habitação, por exemplo, tende a preocupar mais o Fed por refletir maior rigidez nos preços.

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Expectativas em torno do Fed

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), responsável por definir a taxa básica de juros dos EUA, tem considerado uma ampla gama de indicadores para decidir seus próximos passos. Desde março de 2022, o Fed já promoveu 11 aumentos nos juros, levando a taxa dos fundos federais para o intervalo de 5,25% a 5,50%, o nível mais alto em mais de duas décadas.

Parte do mercado acredita que o ciclo de alta está próximo do fim. No entanto, integrantes do Fed têm transmitido mensagens cautelosas, ressaltando que novas elevações não estão descartadas se os dados econômicos justificarem. Jerome Powell, presidente da instituição, tem reiterado que o controle da inflação segue sendo prioridade, mantendo aberta a possibilidade de mais ajustes.

Em meio a isso, a divulgação da inflação de agosto ganha ainda mais importância. Caso os dados corroborem uma tendência de desaceleração sustentada, poderá haver espaço para revisão das projeções de juros, especialmente a partir de 2024. Investidores acompanharão de perto futuros discursos de dirigentes do Fed e atualizações de suas projeções econômicas.

Impactos nos mercados

O resultado da inflação deve ter repercussões imediatas nos mercados financeiros globais. A expectativa de cortes ou manutenção dos juros afeta diretamente o comportamento do dólar, as taxas dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) e o desempenho das bolsas.

Se os dados vierem mais fracos, um alívio nos rendimentos dos Treasuries pode ocorrer, bem como um enfraquecimento do dólar frente a outras moedas. Com isso, mercados emergentes, como o Brasil, tendem a ser beneficiados, com maior fluxo de capital estrangeiro e valorização de moedas locais e ativos de risco.

Por outro lado, uma leitura acima do esperado pode pressionar as taxas de longo prazo nos EUA e alimentar a aversão ao risco, afetando negativamente as ações e outras classes de ativos. Além disso, a curva de juros pode continuar pressionada, refletindo as incertezas em torno da trajetória futura da política monetária americana.

Em resumo, os dados do CPI de agosto funcionarão como um divisor de águas para o posicionamento dos investidores. A leitura ajudará a calibrar tanto as expectativas em torno da próxima reunião do Fed quanto os rumos da economia norte-americana no restante do ano.

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