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Foxconn reduz perspectiva de crescimento com tarifas dos EUA

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Foxconn reduz perspectiva de crescimento com tarifas dos EUA — Foxconn revisa metas após impacto das tarifas dos EUA, avalia desafios globais e foca na demanda por servidores de IA.

A Foxconn, maior montadora do iPhone e gigante do setor de eletrônicos, anunciou uma revisão para baixo em suas projeções de crescimento ainda em 2025. A empresa enfrenta instabilidade provocada pelo aumento das tarifas comerciais imposto pelos Estados Unidos.

Embora tenha superado expectativas de lucro no primeiro trimestre, o ambiente geopolítico instável e as flutuações cambiais forçaram a companhia a adotar uma postura mais cautelosa para os próximos trimestres.

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Desafios com tarifas e cenário global

As políticas comerciais dos Estados Unidos representaram um impacto direto na estratégia da Foxconn. A imposição de tarifas sobre produtos montados na China e no México — dois polos fundamentais para a manufatura da empresa — elevou os custos operacionais e provocou incertezas no planejamento global da companhia.

O presidente da Foxconn, Young Liu, declarou que a combinação entre as tarifas americanas e as flutuações nas taxas de câmbio tem exigido uma reavaliação substancial da cadeia de suprimentos. A instabilidade no cenário político-econômico internacional, segundo Liu, compromete a previsibilidade necessária para a indústria de eletrônicos.

Além disso, mesmo com uma trégua temporária entre China e Estados Unidos, o receio de novas medidas protecionistas permanece. A ausência de um acordo comercial definitivo continua alimentando a apreensão nos mercados e afeta diretamente as decisões de investimento e produção.

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Queda nas ações e revisão de estratégias

Refletindo os riscos comerciais, as ações da Foxconn recuaram 11,4% em 2025, desempenho inferior ao índice geral da bolsa de Taiwan, que caiu 5,4% no mesmo período. A desvalorização reflete a preocupação dos investidores com os impactos das tarifas sobre os lucros futuros da companhia.

Com isso, a empresa se vê obrigada a rever sua perspectiva anual e reavaliar a distribuição regional de suas operações. A diversificação geográfica, especialmente com investimentos no México e em outras regiões fora da Ásia, passa a ser estratégica para mitigar os efeitos de tarifas unilaterais.

Embora o México continue sendo um eixo importante, ele também está sob risco, já que produtos montados no país também foram visados em políticas do governo norte-americano. Assim, alternativas de expansão para fora do eixo China-México podem ser prioridades nos próximos anos.

Impacto positivo da demanda por IA

Apesar do ambiente conturbado, a Foxconn destacou o crescimento expressivo na demanda por servidores baseados em inteligência artificial. Esse segmento tem impulsionado resultados positivos e compensado parcialmente os efeitos negativos do comércio internacional.

O lucro líquido da companhia no primeiro trimestre atingiu T$42,12 bilhões (equivalente a US$ 1,39 bilhão), um salto de 91% em relação ao mesmo período do ano anterior. A performance superou com folga as expectativas de analistas, que projetavam T$37,8 bilhões para o trimestre.

A receita também surpreendeu, com alta de 24,2% — um recorde histórico para esse período. O crescimento foi impulsionado especialmente pela produção de servidores de IA destinados à Nvidia, uma das maiores empresas do setor.

Com isso, a divisão de tecnologia de inteligência artificial torna-se uma das apostas mais promissoras e resilientes em meio à instabilidade global. A diversificação para além dos smartphones, especialmente em áreas tecnológicas de alta demanda, tem se mostrado uma decisão acertada.

Expansão no setor de veículos elétricos

Em paralelo ao setor de inteligência artificial, a Foxconn tem intensificado seus investimentos na indústria de veículos elétricos. O braço da empresa focado nesse segmento, a Foxtron Vehicle Technologies, assinou recentemente um memorando de entendimento com a Mitsubishi Motors.

A parceria visa o fornecimento de componentes e o desenvolvimento conjunto de um modelo de carro elétrico. Esse movimento indica os esforços contínuos da Foxconn para ampliar sua presença na indústria automotiva e conquistar novas fontes de receita.

As negociações com outras montadoras japonesas também estão em andamento, o que aponta para uma estratégia abrangente de consolidação da empresa nesse mercado em expansão. Ainda que novas parcerias não tenham sido oficializadas até o momento, o setor automotivo elétrico é destacado por Liu como promissor e estratégico para o futuro da companhia.

Com um portfólio em diversificação e crescimento em áreas tecnológicas, a Foxconn busca formas de equilibrar riscos macroeconômicos com oportunidades em mercados de alta demanda. O cenário permanece desafiador, mas algumas frentes de negócio mostram resiliência e potencial de crescimento.

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