Dólar cai no exterior com foco em Fed e feriado nos EUA

Enquanto os mercados americanos permaneceram fechados devido ao feriado de Memorial Day, o dólar perdeu força no exterior nesta segunda-feira (27). A combinação entre a pausa nas negociações nos Estados Unidos e expectativas em torno das próximas decisões do Federal Reserve influenciou diretamente o comportamento da moeda.

Além dessa incerteza relacionada à política monetária americana, outro ponto de atenção foram as tensões comerciais, especialmente com a imposição de novas tarifas por parte de Washington à China, o que manteve o clima instável.

Feriado nos EUA reduz liquidez e impulsiona outras moedas

Com os mercados dos Estados Unidos encerrados em virtude do feriado nacional, a liquidez global ficou reduzida. Sem a atuação direta dos investidores americanos, houve uma retração natural no volume de negociações, o que impactou a demanda por dólares e abriu espaço para a valorização de outras divisas frente à moeda norte-americana.

Essa menor movimentação também reforça a cautela nos mercados, dando espaço para que investidores antecipem decisões com base em eventos e dados futuros. O euro, por exemplo, apresentou leve avanço frente ao dólar, seguido pela libra esterlina e por moedas emergentes como o peso mexicano.

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Expectativas sobre o Fed ditam tendência do câmbio

A atenção também se concentrou nas expectativas sobre os próximos passos do Federal Reserve. A autoridade monetária dos EUA tem sinalizado que a manutenção dos juros elevados por mais tempo ainda está no radar, diante da persistência de uma inflação resistente.

Embora não haja reuniões programadas nesta semana, as declarações de integrantes do Fed que vêm sendo divulgadas ao longo do mês ainda movem os mercados. Parte do mercado especula que o banco central pode adotar uma postura ainda mais conservadora, caso os próximos indicadores econômicos mostrem que o controle da inflação está mais demorado do que o previsto.

Tarifas à China voltam a pesar nos mercados

Outro fator que influenciou a dinâmica do dólar foi o anúncio, na primeira quinzena de maio, da elevação de tarifas sobre produtos chineses por parte do governo dos EUA. A medida, que inclui itens relacionados a veículos elétricos, semicondutores e baterias, reacendeu preocupações sobre novas tensões comerciais entre as duas economias.

Esse cenário tende a incentivar uma postura mais defensiva entre investidores, além de provocar ajustes nas moedas de países emergentes, que são mais sensíveis a oscilações externas. Apesar disso, o dólar perdeu valor mesmo com o clima de aversão a risco.

Perspectivas para o mercado cambial nos próximos dias

A movimentação do câmbio nesta semana dependerá fortemente da divulgação de novos dados econômicos e da retomada das negociações nos EUA após o feriado. Indicadores ligados à inflação e ao mercado de trabalho continuarão sob os holofotes, podendo alterar as apostas sobre quando terá início o ciclo de cortes de juros pelo Fed.

Enquanto isso, sinais de desaceleração na China ou novos anúncios tarifários podem aumentar a volatilidade. Do lado brasileiro, o mercado seguirá acompanhando o comportamento das commodities, como o minério de ferro e o petróleo, que afetam diretamente o real, além do cenário político-econômico interno.

De forma geral, a tendência de enfraquecimento do dólar parece momentânea, mas depende de fatores como o apetite global por risco, a evolução do quadro inflacionário nos Estados Unidos e os desdobramentos da pressão comercial entre Washington e Pequim.

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