Decisão de juros no Reino Unido e dados dos EUA marcam o dia

A quinta-feira é marcada por decisões relevantes que movimentam os mercados globais, com destaque para a política monetária no Reino Unido e a divulgação de importantes indicadores econômicos nos Estados Unidos.

No cenário doméstico, instituições brasileiras revelam novos dados sobre inflação, mercado de trabalho e desempenho industrial, enquanto autoridades mantêm encontros com agências de classificação de risco e entidades internacionais.

Decisão do Banco da Inglaterra

O Banco da Inglaterra (BoE) anunciou nesta quinta-feira sua nova decisão de política monetária. Mantendo a taxa em patamar elevado nos últimos meses para controlar a inflação, o banco central britânico vinha operando com juros de 4,5% ao ano. Contudo, o mercado avalia a possibilidade de corte para 4,25%, em meio a sinais de desaceleração econômica e inflação mais controlada.

Essa decisão ocorre em meio ao anúncio de um novo acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido, declarado pelo presidente americano, Donald Trump. O estreitamento de laços comerciais diante de uma política monetária em possível flexibilização pode indicar uma mudança na postura britânica, buscando estimular a economia local.

Além disso, investidores observam as sinalizações do BoE sobre os próximos passos. O aumento do custo de vida no Reino Unido permanece como tema central, principalmente diante da persistência da inflação dos serviços, o que pressiona o Comitê de Política Monetária (MPC) nas decisões futuras.

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Indicadores econômicos norte-americanos

Nos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho revelou dados importantes nesta manhã. O número de novos pedidos de seguro-desemprego na semana até 3 de maio foi de 230 mil solicitações iniciais, exatamente em linha com as expectativas do mercado. Na semana anterior, o número revisado havia sido de 241 mil, mostrando uma leve melhora nas condições do mercado de trabalho.

Além disso, foram divulgadas as leituras preliminares da produtividade do trabalhador não agrícolae do custo unitário da mão de obrano primeiro trimestre de 2025. Esses dados são acompanhados atentamente pelo Federal Reserve, já que refletem a eficiência da força de trabalho e a pressão salarial – ambos com impacto direto nas decisões de juros.

Outro indicador importante foi a variação dos estoques do atacado em março, que apresentou crescimento de 0,5% na margem, também dentro do esperado, apontando certa estabilidade nas cadeias de fornecimento.

Complementar a esse lote, o leilão de T-bonds de 30 anos realizado pelo Tesouro americano mais tarde testará o apetite dos investidores diante do cenário de juros ainda elevados.

Indicadores brasileiros trazem panorama da economia

No Brasil, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou o IPC-S da primeira quadrissemana de maio. O índice apresentou alta de 0,52%, com aumento acumulado de 4,49% nos últimos 12 meses, refletindo pressão de categorias como habitação e alimentação.

Já o IGP-DI de abril teve retração, com deflação de 0,50%, revertendo a alta de 1% registrada em fevereiro. Ainda assim, o indicador acumula avanço de 8,57% em 12 meses, mostrando grande volatilidade, especialmente nos preços no atacado.

Outro dado relevante foi o Índice de Preços ao Produtor (IPP)referente a março, divulgado pelo IBGE. O indicador apontou queda mensal de 0,12%, com 12 das 24 atividades industriais registrando recuo nos preços. Em 12 meses, o IPP acumulou alta de 9,41%, sinalizando pressão de custos na indústria brasileira.

O mesmo instituto também apresentou os resultados da Pnad Contínua: Rendimento de todas as fontes 2024, com atualização dos rendimentos domiciliares e das desigualdades regionais e sociais no país – um insumo crucial na formulação de políticas públicas e análises de mercado.

Indústria automobilística e leilão do Tesouro Nacional

A Anfavea reportou o desempenho da indústria automobilística em abril. No primeiro trimestre, as vendas cresceram 7,2%com 551,7 mil unidades comercializadas, enquanto a produção subiu 8,3%no período. Apesar disso, março registrou queda de 2,9% na produção anualizada, com 190 mil veículosmontados.

Em paralelo, a Secretaria do Tesouro Nacional realizou mais uma rodada de leilões de títulos públicos. As LTN (Letras do Tesouro Nacional)e NTN-F (Notas do Tesouro Nacional – Série F)oferecidas com vencimentos entre 2026 e 2035 buscam equacionar necessidades de financiamento e absorver a demanda do mercado.

Articulações políticas e encontros estratégicos

No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda na Rússia, onde participou de um jantar com o presidente Vladimir Putin, às 19h (hora local). A visita ocorre em meio à tentativa de estreitar relações diplomáticas e discutir temas estratégicos da agenda bilateral.

Enquanto isso, em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne às 17h com representantes da agência de rating Moody’s, para tratar das perspectivas econômicas do Brasil. Em agenda paralela, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também participou da abertura da Missão de Avaliação de Risco Soberano da Moody’s, em encontro que contou com membros do Tesouro.

A diretoria do Banco Central ainda manteve reuniões com representantes do World Bank Group, debatendo cenários para a prosperidade da América Latina e particularidades do sistema financeiro brasileiro. Destaque ainda para a reunião do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, com a Febraban, que teve a presença da ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em São Paulo.

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