A movimentação de stablecoins na rede Ethereum alcançou um marco histórico em abril. Transações com esse tipo de ativo digital superaram US$ 900 bilhões, evidenciando um crescimento expressivo de adoção na plataforma.
Esse avanço é atribuído, principalmente, ao interesse institucional crescente e à expectativa por regulamentações mais claras nos Estados Unidos, que tendem a impulsionar ainda mais o uso dessas moedas pareadas a ativos estáveis.
O que você vai ler neste artigo:
Volume recorde em transações com stablecoins
O valor processado de stablecoins na Ethereum atingiu aproximadamente US$ 908 bilhões em abril, o maior já registrado pela rede. O número reflete não só a escalada da adoção dessas criptomoedas, como também o amadurecimento do ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi), que utiliza esses ativos como base para liquidez e operações mais rápidas e com menos riscos de volatilidade.
Entre os destaques, a stablecoin USDC, pareada ao dólar, concentrou mais da metade do montante transacionado, com US$ 500 bilhões movimentados. O desempenho da USDC nos últimos meses mostra um crescimento constante no uso institucional e na preferência do mercado por tokens considerados mais confiáveis e auditáveis.
Na sequência, aparece a DAI com US$ 466 bilhões, também com forte presença em protocolos DeFi. Já a USDT, apesar de ser a maior stablecoin em circulação global, ficou em terceiro com US$ 295 bilhões, influenciada pelo uso de outras blockchains além da Ethereum, como Tron e BNB Chain.
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Interesse institucional e avanço regulatório
Especialistas apontam que o recorde de abril está diretamente relacionado ao aumento do uso por instituições financeiras e plataformas de pagamento que vêm encontrando nos criptoativos pareados ao dólar uma forma eficiente para realizar transferências internacionais, pagamentos automatizados e gestão de ativos.
Além disso, a expectativa de avanços na regulação de stablecoins nos Estados Unidos contribui para a maior confiança no setor. Projetos de lei que buscam estabelecer estruturas claras para a emissão e custódia desses ativos vêm ganhando força, o que pode consolidar ainda mais o espaço dessas moedas no sistema financeiro digital.
Com regras mais definidas, empresas de tecnologia, bancos e fintechs têm desenvolvido casos de uso mais robustos para stablecoins, especialmente sobre Ethereum, que é a infraestrutura de blockchain preferida desses players.
Crescimento da Ethereum impulsionado pelas stablecoins
A gestora Bernstein, em relatório recente, afirmou que o uso crescente de stablecoins pode estar ajudando a Ethereum a reverter um quadro de perda de participação para blockchains rivais. Segundo a gestora, o foco em soluções como tokenização de ativos e redes de segunda camada posiciona a Ethereum como a principal plataforma para aplicações financeiras descentralizadas e interbancárias.
Atualmente, aproximadamente 51% de todas as stablecoins existentes estão emitidas sobre a Ethereum, indicando a consolidação desta blockchain como ecossistema dominante nesse segmento. Este fator tem sido decisivo para manter a relevância da rede frente à concorrência de soluções mais escaláveis.
A adoção de redes de segunda camada como Base, Arbitrum e Optimism também tem ajudado a reduzir custos e acelerar transações, mantendo os projetos dentro do mesmo ecossistema Ethereum mesmo com demandas mais complexas.
Diversificação e avanço de outras stablecoins
Embora USDC, DAI e USDT concentrem o grosso das movimentações, outras stablecoins menores também vêm ganhando protagonismo. Em abril, USDS e USDe entraram no ranking das mais utilizadas dentro da Ethereum, preocupando-se em ocupar nichos específicos com maior descentralização ou modelos de governança alternativos.
Esse cenário sugere um ambiente mais competitivo e dinâmico, com diferentes ativos disputando liquidez não apenas em exchanges descentralizadas, mas também em aplicações de crédito e protocolos de staking.
Para os próximos meses, a estabilidade macroeconômica e os desdobramentos regulatórios nos EUA podem influenciar diretamente na trajetória de crescimento do uso das stablecoins. No entanto, o cenário atual reforça a importância desses ativos como infraestrutura básica da nova economia digital.
A Ethereum, por seu histórico e base tecnológica sólida, continua posicionada como hub preferencial para esse tipo de inovação. A habilidade de manter e atrair novos projetos de stablecoins e tokenização será essencial para sustentar esse momento de crescimento.
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