Bitcoin pode substituir o dólar em 10 anos, diz Tim Draper

O investidor bilionário Tim Draper voltou a demonstrar otimismo em relação ao futuro do bitcoin. Em entrevista recente, ele projetou que a criptomoeda poderá substituir o dólar como principal moeda da economia global em menos de uma década. Para Draper, esse movimento será motivado por mudanças no sistema financeiro global e pela perda de confiança nas moedas fiduciárias.

Segundo o bilionário, a multiplicação dos usos do bitcoin no cotidiano será o catalisador dessa transformação. Ele acredita que em breve será possível realizar atividades como pagar impostos, comprar alimentos e adquirir imóveis diretamente com ativos digitais.

Bitcoin como substituto do dólar

Em declarações ao portal especializado CoinDesk, Draper afirmou que o bitcoin tende a suplantar o dólar como base da economia mundial. A previsão é que isso ocorra em “10 anos, talvez menos”, conforme destacou. Para ele, a moeda criada em 2009 por Satoshi Nakamoto vai se tornar uma solução natural diante das fragilidades do sistema monetário tradicional.

O investidor argumenta que a descentralização oferecida pelo bitcoin o torna mais confiável, especialmente em momentos de crise ou desvalorização das moedas emitidas por governos. Ele apontou que a moeda digital se tornará a principal reserva e unidade de troca à medida que for amplamente aceita para todas as transações, inclusive pagamento de impostos.

Adoção crescente e mudanças sistêmicas

Draper vê um cenário em que o bitcoin poderá ser usado rotineiramente por empresas e indivíduos, sem a necessidade de conversão para moedas fiduciárias. O avanço da aceitação institucional e a integração com plataformas bancárias poderão acelerar essa transição.

Além disso, ele afirma que o atual sistema bancário passará por uma transformação significativa, impulsionada por uma crescente desconfiança em governos e instituições financeiras. De acordo com o bilionário, essa insatisfação desempenhará um papel essencial no crescente apelo por alternativas descentralizadas como o bitcoin.

Outro ponto levantado por Draper é a possibilidade de colapsos bancários, fenômenos que, segundo ele, poderiam forçar empresas e pessoas a reverem seus portfólios financeiros. Como medida preventiva, recomenda que companhias mantenham bitcoin como reserva de valor juntamente com moedas tradicionais.

Impacto nas stablecoins e no sistema fiduciário

Durante a entrevista, Draper também criticou o modelo das stablecoins. Apesar de reconhecer que elas têm utilidade na transição entre o dinheiro tradicional e o digital, ele acredita que essas moedas atreladas ao valor de moedas fiduciárias continuarão perdendo valor conforme governos imprimirem mais dinheiro.

Para ele, ao contrário das stablecoins, o bitcoin preserva seu poder de compra por não ser inflacionário. Seu limite fixo de emissão — 21 milhões de unidades — torna a criptomoeda resistente à desvalorização forçada por políticas monetárias expansionistas.

Nesse contexto, Draper considera inevitável que os bancos fiquem sem dólares suficientes caso a demanda por criptomoedas cresça exponencialmente. Isso criaria um novo padrão financeiro, com o bitcoin exercendo o papel de motor do comércio global.

Projeção de valorização até 2025

Mantendo sua visão positiva sobre o ativo, Draper reafirmou a previsão de que o bitcoin atingirá o valor de US$ 250 mil até o final de 2025. A expectativa decorre da ampliação da adoção institucional, aceleração da regulamentação e da própria escassez digital do ativo.

O bilionário também acredita que, independentemente da volatilidade de curto prazo, o bitcoin seguirá um caminho ascendente como proteção de valor, especialmente em tempos de instabilidade econômica. A substituição do dólar seria, nesse caso, uma consequência natural dessa consolidação.

Conclusão

A visão de Draper reflete o entusiasmo de parte significativa dos entusiastas do bitcoin com o papel transformador da tecnologia blockchain no sistema financeiro. Embora ainda controversa, a ideia de que o bitcoin possa suplantar o dólar nos próximos anos alimenta debates sobre o futuro das moedas e a descentralização da economia global. Para Draper, esse cenário já está em construção — e quem não estiver preparado pode enfrentar consequências significativas.