A Smart Fit confirmou que a Pátria Investimentos vendeu um volume significativo de ações da rede de academias. A operação representa 16,5% do capital total da empresa, movimentando o mercado e despertando atenção de investidores.
Apesar da venda expressiva, a Pátria reforçou que não há intenção de interferir na estrutura administrativa ou no controle da companhia. O compromisso com o acordo de acionistas firmado em 2019 foi mantido.
O que você vai ler neste artigo:
Detalhes da transação
A Pátria Investimentos, por meio do Pátria Smartfit Fund, alienou 98.530.020 ações ordinárias da Smart Fit em operação de mercado. O volume representa uma fatia de 16,5% da empresa, conforme informou a própria rede de academias. Após a transação, o fundo permaneceu com 78.924.704 ações em carteira, reduzindo significativamente sua presença acionária, mas mantendo uma posição relevante.
Paralelamente, outro fundo gerido pela mesma gestora, o Pátria Partners Fund, também detém participações na empresa. Somadas, as posições dos dois veículos representam agora 13,6% do capital total da Smart Fit. Mesmo após o desinvestimento parcial, a Pátria assegurou que continua apoiando a estratégia da companhia no longo prazo.
A operação, realizada por meio de block trade — modalidade que envolve a venda de grandes volumes de ações em leilão ou fora do pregão tradicional —, já havia sido antecipada por fontes do mercado, conforme noticiado previamente pelo Valor Econômico.
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Estratégia e posicionamento da Pátria
A realização da venda das ações sinaliza um movimento estratégico da Pátria Investimentos no reposicionamento de seu portfólio. A gestora de private equity tem histórico de realizar saídas graduais em empresas nas quais mantém forte atuação no desenvolvimento e crescimento, como é o caso da Smart Fit.
Conforme declarado, o desinvestimento não tem como motivação alterar o controle da empresa nem modificar sua estrutura de governança. A gestora reiterou seu suporte ao acordo de acionistas vigente desde 2019, que define diretrizes de gestão, expansão e estratégias de crescimento da rede de academias.
Ao manter 13,6% de participação, a Pátria segue como um dos acionistas relevantes, mesmo após ter reduzido sua fatia anterior acima de 30% para um patamar mais próximo ao dos minoritários estratégicos. Esse tipo de operação é comum em fundos de investimento que atingem certos marcos de maturação de ativos na carteira.
Impactos no mercado e na empresa
A venda de uma fatia relevante pode indicar ao mercado um movimento de reavaliação de portfólio por parte do investidor, mas não necessariamente reflete perda de confiança no modelo de negócio da empresa. No caso da Smart Fit, a permanência de posição acionária significativa e o apoio ao acordo de acionistas tranquilizam investidores sobre a continuidade da atual gestão.
Além disso, a estrutura de block trade permite que grandes movimentações ocorram com menor impacto sobre a cotação, otimizando a liquidez do papel e oferecendo oportunidades a outros investidores. A operação pode contribuir para uma maior pulverização do capital da empresa em bolsa, aumentando o free float e atraindo novos investidores institucionais.
A Smart Fit, listada na B3 desde 2021, vem mantendo trajetória de expansão na América Latina e reforçando sua aposta em tecnologia e melhoria da experiência do cliente. A saída parcial da Pátria pode abrir espaço para novos players estratégicos ou mesmo sinalizar uma nova fase da companhia no mercado de capitais.
Continuidade do plano estratégico da empresa
Apesar da retirada parcial de um de seus principais investidores, a Smart Fit mantém seu compromisso com os planos estruturais traçados desde seu IPO. A empresa vem investindo na ampliação de unidades, inovação tecnológica em serviços e diversificação de receita, como por meio de serviços digitais e aplicativos de treino.
A confirmação de que não haverá mudanças na administração ou no acordo de acionistas traz estabilidade ao projeto de longo prazo. Também fortalece a percepção de que a venda das ações se deu por razões financeiras, relacionadas à gestão de portfólio da Pátria, sem interferência na governança.
Esse tipo de movimento, se bem comunicado ao mercado — como foi neste caso —, não afeta a confiança dos investidores na marca e em sua trajetória. O foco agora permanece na entrega de resultados e na retomada do crescimento, especialmente após o período mais complexo vivenciado pelo setor de academias nos últimos anos.