A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) começou 2025 com resultados financeiros desafiadores, ampliando o prejuízo líquido atribuído aos sócios controladores. O valor negativo chegou a R$ 732 milhões no primeiro trimestre, o que representa uma alta de 52,5% em comparação aos R$ 480 milhões registrados no mesmo período de 2024.
Apesar do desempenho negativo no resultado final, a companhia apresentou crescimento em indicadores operacionais, apontando uma dinâmica contrastante entre faturamento e rentabilidade líquida.
O que você vai ler neste artigo:
Receita avança, mas resultado final se deteriora
Entre janeiro e março de 2025, a CSN registrou uma receita líquida de R$ 10,908 bilhões, o que representa um avanço de 12,3% na comparação anual com os R$ 9,713 bilhões do primeiro trimestre de 2024. Esse crescimento foi impulsionado principalmente por aumento nos volumes vendidos e nos preços de seus produtos, especialmente no setor de mineração e siderurgia.
No entanto, o custo dos produtos vendidos (CPV) também aumentou, saindo de R$ 7,523 bilhões para R$ 8,375 bilhões — alta de 11,3%. Essa elevação nas despesas operacionais, somada a fatores como a oscilação cambial e aumento do endividamento financeiro, contribuiu para deteriorar os resultados líquidos da empresa.
Ebitda apresenta recuperação
Apesar do aumento no prejuízo líquido, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado teve um desempenho positivo. No primeiro trimestre de 2025, o indicador ficou em R$ 2,509 bilhões, representando um crescimento expressivo de 27,6% frente ao Ebitda ajustado de R$ 1,966 bilhão registrado em igual período do ano anterior.
Esse avanço revela uma melhoria na geração de caixa operacional da empresa, mas não foi suficiente para compensar os impactos financeiros e não operacionais que derrubaram o resultado líquido.
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Fatores que pressionaram os resultados
Diversos elementos contribuíram para o agravamento do prejuízo no início de 2025. Embora a companhia tenha conseguido crescer em receita e Ebitda, o cenário macroeconômico e setorial impôs desafios consideráveis:
- A valorização do dólar pressionou as dívidas da empresa, que tem parte relevante do endividamento indexada à moeda estrangeira.
- Custos de energia e matérias-primas continuaram elevados, afetando negativamente a margem operacional da CSN.
- O desempenho da subsidiária CSN Mineração também foi negativo. A unidade reverteu o lucro obtido em 2024 e registrou prejuízo de R$ 357 milhões no período, impactando os números consolidados do grupo.
Além disso, aumentos nos encargos financeiros e uma base de comparação marcada por eventos não recorrentes em 2024 ajudaram a agravar o recuo do lucro líquido.
Perspectivas para os próximos trimestres
A CSN deve continuar focando nos esforços para controle de custos e aumento da eficiência operacional. A empresa acompanha atentamente o mercado internacional de aço e minério de ferro, que segue impactado por incertezas econômicas globais, especialmente na China, principal destino das exportações do setor.
No entanto, o aumento do Ebitda e da receita líquida pode ser indicativo de uma base sólida para uma eventual recuperação nos próximos trimestres, especialmente se houver maior estabilidade cambial e melhora nos preços das commodities no mercado global.
Ainda assim, os investidores devem manter cautela, já que os resultados demonstraram novamente que a volatilidade cambial, somada ao alto nível de endividamento, continua sendo um fator de risco relevante para a companhia.
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