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Marfrig avança em fusão com a BRF

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Marfrig avança em fusão com a BRF — Marfrig propõe fusão com BRF, unindo marcas Sadia e Perdigão, e prevê sinergias de até R$ 805 milhões por ano.

A Marfrig propôs a aquisição da totalidade das ações da BRF, em um movimento que consolida um processo iniciado em 2021. A combinação das companhias resultará em um grupo com receita líquida consolidada de R$ 152 bilhões e maior participação no mercado de alimentos industrializados.

A transação prevê distribuição de dividendos expressiva e sinergias bilionárias. A fusão permite à Marfrig atuar fortemente nos segmentos de aves e suínos, complementando seu portfólio majoritariamente bovino.

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Proposta de aquisição e relação de troca

A proposta da Marfrig prevê a incorporação total das ações da BRF, com uma relação de troca fixa: cada ação ordinária da BRF será convertida em 0,8521 ação ordinária da Marfrig. A oferta leva em consideração a distribuição máxima dos proventos previstos — um fator essencial para atrair e beneficiar os atuais acionistas.

Atualmente, a Marfrig já detém 50,5% da BRF, o que significa que a companhia tem o controle acionário consolidado. A oferta representa, portanto, uma tentativa de unificação societária completa, desenhada para consolidar a operação das companhias em uma única estrutura empresarial.

Além disso, a proposta é acompanhada da distribuição de dividendos que totalizam R$ 6 bilhões somando as duas empresas:

  • BRF: R$ 3,5 bilhões em proventos.
  • Marfrig: R$ 2,5 bilhões em distribuição para seus acionistas.

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Expansão de portfólio e mercado

Com a fusão, a Marfrig amplia significativamente sua atuação. A BRF é referência nos mercados de aves e suínos, com marcas como Sadiae Perdigão, dominantes no Brasil e com presença relevante no exterior. Essa diversificação surge num momento desafiador para a Marfrig, que vem enfrentando margens pressionadas por conta da escassez de gado para abate.

Ao incorporar a BRF, a empresa adquire uma base fortalecida de clientes, além de uma rede global de distribuição e unidades industriais espalhadas por importantes regiões do mundo, inclusive uma nova fábrica na Arábia Saudita. O acesso imediato a mercados estratégicos amplia o poder de atuação e a capacidade de negociação no comércio global de proteínas.

Sinergias estratégicas e financeiras

A fusão entre Marfrig e BRF tem como um de seus pilares centrais a captura de sinergias, estimadas em R$ 805 milhões por ano. Esses ganhos se dividem entre eficiência operacional, integração de sistemas e vantagens fiscais. Na prática, isso representa uma otimização da estrutura das empresas e redução expressiva de custos.

Estimativas detalhadas de sinergias:

  • Receitas e cadeia de suprimentos: R$ 485 milhões por ano por meio de práticas de cross-selling e ganho de escala nos insumos.
  • Redução de despesas operacionais: R$ 320 milhões anuais através da consolidação de estruturas comerciais, administrativas e de logística.
  • Benefícios tributários: A empresa estima capturar cerca de R$ 3 bilhões em valor presente com a monetização acelerada de créditos fiscais em diferentes esferas.

De acordo com executivos da empresa, esse ganho só seria viabilizado com a fusão formal, reforçando a estratégia de integração completa como passo definitivo para ganho de eficiência.

Processo de fusão amadurecido

O movimento atual é o desfecho de um processo iniciado em 2021, quando a Marfrig comprou rapidamente cerca de 25% das ações da BRF no mercado, alcançando 33% ainda naquele ano. À época, a empresa alegava posição passiva, mas o mercado já especulava uma intenção de controle mais abrangente.

A aceleração do controle ocorreu em 2023, depois da exclusão da chamada poison pill — mecanismo de proteção contra aquisições hostis —, abrindo caminho para que a Marfrig aportasse um cheque de R$ 4,5 bilhões que reduziu o endividamento da BRF. Com o movimento, aumentou sua participação, chegando aos atuais 50,5%.

Esse histórico mostra que a fusão vem sendo construída com estratégia e paciência. O estágio atual da operação reflete uma sólida convergência de interesses, agora respaldada pelos benefícios financeiros e operacionais mapeados por ambas as companhias.

Repercussão no mercado e próximos passos

Desde o anúncio da proposta, investidores e analistas têm acompanhado atentamente o processo. A expectativa é de que a transação seja bem recebida pelos acionistas minoritários, dada a robustez dos dividendos anunciados. A relação de troca, ainda que inferior a 1:1, é compensada pelos proventos e o ganho esperado com a fusão.

A conclusão do negócio ainda depende de aprovação dos órgãos reguladores, como o CADE(o Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que avaliará a concentração de mercado e eventuais riscos à concorrência. Apesar disso, o avanço gradual das etapas anteriores tende a facilitar a aprovação regulatória.

Resta agora acompanhar os trâmites finais para saber se a Marfrig conseguirá consolidar por completo a aquisição da BRF, criando uma potência no setor de alimentos processados e commodities de proteína animal.

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