A Petrobras iniciou 2025 com forte recuperação financeira, revertendo o prejuízo de R$ 17 bilhões do trimestre anterior e apresentando lucro líquido de R$ 35,2 bilhões. O desempenho, impulsionado pelo aumento da produção e da receita, surpreendeu positivamente os investidores.
O avanço de 48,6% no resultado líquido ante o mesmo período de 2024 reflete o fortalecimento operacional e o bom desempenho do mercado interno. O fluxo de caixa robusto e a expansão das vendas contribuíram para esse cenário.
O que você vai ler neste artigo:
Resultados financeiros e operacionais
No primeiro trimestre de 2025, a Petrobras apresentou uma receita líquida de R$ 123,144 bilhões, avanço de 4,6% em relação ao trimestre anterior. A melhora foi atribuída sobretudo ao aumento de 5% na produção de petróleo e gás, aliada ao aumento nas vendas de derivados no mercado interno.
A receita com derivados no Brasil chegou a R$ 75,3 bilhões, representando aumento de 8,6%. Já as vendas totais no mercado nacional foram de R$ 91,09 bilhões, alta de 7,5% ante o mesmo período do ano anterior. As operações domésticas garantiram estabilidade e sustentação de caixa para a companhia.
O Ebitda ajustado também teve desempenho relevante, atingindo R$ 61 bilhões. O número indica avanço de 1,7% sobre o mesmo trimestre de 2024 e impressiona ainda mais ao apontar recuperação de 49% frente ao quarto trimestre anterior, marcado por desafios operacionais pontuais.
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Evolução do endividamento
Apesar da melhora operacional, o endividamento líquido da petroleira subiu. Ao fim de março, a dívida estava em US$ 56,03 bilhões, crescimento de 7,3% frente a dezembro de 2024. Comparando com março do ano passado, quando o valor era de US$ 43,64 bilhões, o aumento se intensifica.
Esse crescimento elevou a alavancagem da companhia, medida pela razão entre endividamento e Ebitda ajustado, que passou de 0,86 vez em março de 2024 para 1,45 vez no fim de março deste ano. Embora o nível ainda esteja controlado, o indicador merece atenção, já que pode impactar futuros planos de remuneração a acionistas.
A alta na dívida acontece em meio a um cenário de retomada de investimentos e recompra de títulos vencidos. Ainda assim, os analistas avaliam que a geração de caixa atual da Petrobras permite acomodar esse aumento sem comprometer sua solidez financeira.
Investimentos em expansão
No primeiro trimestre de 2025, os investimentos da Petrobras somaram US$ 4,1 bilhões. Embora seja uma queda de 29,1% em relação ao trimestre anterior, o montante representa um aumento anual de 33,6%, sinalizando a retomada de projetos estratégicos.
A redução trimestral foi considerada pontual e ligada à recomposição ocorrida no quarto trimestre de 2024, especialmente nas unidades de Búzios. O segmento de Exploração & Produção recebeu a maior parte dos recursos no trimestre, totalizando US$ 3,5 bilhões.
Já o setor de Refino, Transporte e Comercialização respondeu por US$ 0,4 bilhão em investimentos. A alocação dos aportes reforça a estratégia de priorizar áreas com maior retorno potencial e viabilidade técnica, como as reservas do pré-sal e projetos de descarbonização e eficiência energética.
Política de dividendos e remuneração
Como parte de sua política de remuneração, a Petrobras anunciou distribuição de R$ 11,72 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), equivalente a US$ 2,06 bilhões na cotação atual. O valor representa R$ 0,9091 por ação ordinária e preferencial.
A expectativa do mercado era por um pagamento levemente superior, entre US$ 2,3 bilhões e US$ 2,4 bilhões. O valor anunciado representa, no entanto, 45% do fluxo de caixa livre apurado no trimestre, conforme diretriz da política interna da empresa, vigente enquanto a dívida bruta total permanecer abaixo de US$ 75 bilhões.
A decisão busca conciliar uma remuneração estável aos acionistas com os investimentos necessários ao crescimento e à sustentabilidade da companhia no médio e longo prazo. A estratégia da Petrobras continua sendo manter um alinhamento responsável entre geração de valor, disciplina financeira e distribuição de lucros.
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