O cenário de juros elevados no Brasil tem impactado diretamente diversas empresas, sobretudo aquelas ligadas à área de serviços e logística. Diante desse contexto, a JSL, empresa de logística do grupo Simpar, traçou um plano estratégico para enfrentar os desafios financeiros atuais.
Entre as principais medidas estão a venda de ativos considerados não estratégicos e uma reformulação agressiva na gestão do capital de giro. A meta é aumentar a eficiência financeira sem abrir mão da operação essencial de transporte e serviços.
O que você vai ler neste artigo:
Estratégia diante da alta dos juros
Com o custo do crédito mais elevado, a JSL se vê obrigada a buscar alternativas para preservar seu caixa e reduzir o nível de endividamento. Um dos focos é acelerar a venda de ativos que não estão ligados diretamente ao core business da companhia, redirecionando os recursos para quitar dívidas mais caras e reforçar o balanço.
A companhia também trabalha na redução do capital de giro, ajustando prazos de pagamentos e de recebimentos e promovendo uma gestão mais rigorosa de estoques. Essas medidas visam tornar o ciclo financeiro mais rápido e menos dependente de financiamento externo.
A estratégia ganhou ainda mais relevância após o primeiro trimestre de 2023, quando o ambiente macroeconômico passou a exigir decisões mais conservadoras no setor logístico. Além disso, o foco no controle das despesas financeiras tem sido reforçado como uma resposta à pressão das taxas de juros sobre o custo do capital.
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Venda de ativos não estratégicos
A venda de ativos aparece como uma das principais apostas para a geração de caixa. Segundo executivos da empresa, bens como imóveis utilizados em menor escala, veículos pesados com baixa utilização e equipamentos logísticos pouco rentáveis estão sendo avaliados.
O objetivo é abrir espaço tanto físico quanto financeiro para ganhos de eficiência. Com menos itens no balanço patrimonial, a empresa espera simplificar operações, reduzir custos fixos e tornar os relatórios contábeis mais transparentes para o mercado.
Além disso, essas vendas podem proporcionar ganhos pontuais relevantes. A destinação desse capital tende a ser o reforço do caixa para enfrentar o curto prazo, sem necessariamente comprometer o planejamento de médio prazo em relação ao crescimento orgânico e aquisição de clientes.
Gestão mais rigorosa do capital de giro
No atual ambiente econômico, manter estoques elevados e prazos de recebimento demasiadamente longos não é mais viável. A JSL está reavaliando contratos com fornecedores e clientes, buscando estruturar acordos mais alinhados com sua nova realidade de caixa.
Nas operações, há um crescente uso de tecnologia para monitoramento e controle de entradas e saídas, reduzindo perdas e otimizando a cadeia de suprimentos. O fortalecimento da área de finanças operacionais também vem permitindo decisões mais ágeis, apoiadas por relatórios detalhados de desempenho financeiro.
A empresa considera que um capital de giro mais leve permite maior previsibilidade e segurança diante de oscilações do mercado. Isso se torna vital em períodos prolongados de juros elevados, como o ocorrido entre 2022 e 2023 no Brasil.
Reflexos e perspectivas futuras
O plano da JSL tem como pano de fundo a preservação da sustentabilidade financeira e operacional em uma conjuntura desafiadora. Mesmo com a pressão de custos, a empresa segue investindo pontualmente em inovação e renovação da frota.
Ao mesmo tempo, reacende discussões internas sobre a necessidade de novos modelos de contrato com clientes, que sejam mais resilientes às variações macroeconômicas e mais favoráveis ao fluxo de caixa da transportadora.
Com mais de 35 mil colaboradores e operações em diversos segmentos, como agronegócio, alimentos e energia, a JSL segue firme na tentativa de manter sua relevância e competitividade. A gestão de ativos e capital de giro será a chave para atravessar esse ciclo sem comprometer os planos estratégicos de médio e longo prazos.
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