O Banco Pan abriu 2025 com resultado positivo, alcançando um lucro líquido ajustado de R$ 230 milhões no primeiro trimestre. O desempenho representa alta de 9% em comparação ao trimestre anterior e 6% em relação ao mesmo período de 2024.
Com uma base de 32,1 milhões de clientes, o banco registrou crescimento de 2% em três meses e de 11% em relação ao ano passado. Na liderança desde fevereiro, o novo CEO, André Luiz Calabro, quer unir ganho de eficiência e maior engajamento do usuário.
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Lucro e crescimento da carteira de crédito
O avanço expressivo no lucro está alinhado a um período de expansão da carteira de crédito, que fechou março em R$ 55 bilhões. O crescimento foi de 4% no trimestre e de 19% em comparação anual, refletindo a continuidade da estratégia de crescimento progressivo adotada pela instituição.
Esse movimento tem destaque especialmente no segmento de financiamento de veículos, que representa 58% do portfólio. Apesar do cenário macroeconômico ainda desafiador para o crédito, o Banco Pan manteve sua atuação firme nesse nicho, reforçando canais e integração de produtos.
O banco também segue ampliando o alcance de sua plataforma de crédito e serviços bancários, o que tem impulsionado a diversificação do mix da carteira. Essa abordagem, segundo o CEO, sustenta tanto o crescimento da base como oportunidades de venda cruzada de novos produtos.
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Pressão sobre inadimplência e impactos regulatórios
Mesmo com os bons números, a inadimplência voltou a subir. No recorte de atrasos acima de 90 dias, o índice passou de 7,0% em dezembro para 8,1% em março. Na faixa de 15 a 90 dias, o salto foi de 8,6% para 9,9%, indicando um aumento no curto prazo.
O Banco Pan atribui parte dessa alta à Resolução 4966 do Banco Central, que reformulou o critério de provisões adotando o modelo de perda esperada. A medida, vigente desde o início do ano, impacta diretamente a forma de mensuração de risco ao antecipar perdas prováveis.
Os representantes do banco minimizaram o impacto econômico real da mudança, destacando que os novos níveis de inadimplência refletem sobretudo aspectos contábeis. Segundo o executivo de RI e captação, Inácio Caminha, o novo formato pode estabelecer um “novo normal” em torno de 8% para o indicador.
Outros fatores listados para o aumento da inadimplência foram a ausência de vendas de carteiras vencidas no período, alteração na composição da carteira de crédito e influência sazonal.
Forte presença no consignado privado e desafios no INSS
Em linha com a estratégia de expansão, o Banco Pan consolidou-se como um dos cinco maiores players no consignado privado, setor em ascensão no país. A instituição não divulga os valores exatos da originação, mas afirma que vê grande potencial de relacionamento nessa modalidade.
O modelo é encarado como uma oportunidade de fidelização e geração de novas receitas, trazendo oportunidades para cross-selle aprofundamento do vínculo com o cliente.
Por outro lado, o consignado do INSS — histórico motor de crédito para o banco — vem sofrendo pressão com os cortes no teto de juros. A limitação tem reduzido a atratividade da modalidade, levando o banco a buscar caminhos alternativos para manter a operação eficiente e rentável.
Receita de serviços e foco em sinergia tecnológica
A unidade de serviços não teve o mesmo desempenho da área de crédito. A receita no setor somou R$ 414 milhões, uma queda de 19% em relação ao quarto trimestre de 2024, embora tenha subido 5% na comparação anual. Já o volume transacionado foi de R$ 31,8 bilhões, recuo de 9% no trimestre, mas alta de 14% em 12 meses.
A variação pode estar ligada a sazonalidades e ajustes na oferta de produtos. Ainda assim, o banco aposta em ampliar o engajamento dos clientes e integrar canais, serviços e produtos de forma mais eficiente por meio de ferramentas digitais.
Sob a nova gestão, parte da estratégia passa também por explorar sinergias mais profundas com o BTG Pactual, seu controlador. A troca de tecnologias, know-how e estrutura promete reduzir custos e ampliar a escalabilidade de soluções oferecidas aos clientes.
André Calabro reforçou que o objetivo é não apenas seguir ampliando a base de usuários ativos, mas também torná-los mais presentes no ecossistema do banco. Isso se dará com a oferta de um leque mais completo de serviços dentro da mesma estrutura digital.
A médio prazo, o foco será manter expansão com responsabilidade e incremento de produtividade. A aposta em tecnologia, novos produtos e personalização da oferta deve guiar os próximos movimentos do Banco Pan no ambiente competitivo.
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