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Dólar atinge R$ 5,56 com tensão comercial impactando mercado

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Dólar atinge R$ 5,56 com tensão comercial impactando mercado — Dólar alcança R$ 5,56 em dia de tensão comercial. Juros futuros esboçam alta enquanto Ibovespa registra queda.

A cotação do dólar voltou a subir com força nesta segunda-feira, refletindo tensões comerciais no exterior e instabilidades internas. A moeda americana atingiu R$ 5,56, puxada pelas incertezas nos mercados globais e temor crescente sobre o rumo da economia brasileira.

Enquanto isso, os juros futuros mostraram viés de alta e o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, operou em queda, com investidores reagindo a um cenário de aversão ao risco e buscando proteção no dólar.

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Pressão cambial e cenário internacional

O avanço do dólar foi impulsionado sobretudo pelas preocupações com o comércio global, após declarações que agravaram o conflito tarifário entre grandes economias. Notícias sobre novos entraves nas relações entre Estados Unidos e China reacenderam o temor entre investidores e contribuíram para a valorização do dólar frente às moedas emergentes.

Além disso, a valorização da moeda americana está atrelada à busca por ativos considerados mais seguros, em um momento de maior aversão ao risco. Essa movimentação levou o dólar à máxima de R$ 5,56 nesta sessão, refletindo também um ajuste às expectativas sobre a política monetária norte-americana.

Analistas também destacam que, com a aproximação de eventos econômicos relevantes, como a divulgação de indicadores de inflação nos EUA e decisões de política monetária, os investidores preferem estratégias defensivas. Esse comportamento reforça a fuga de capitais de países emergentes e pressiona o real.

No cenário interno, incertezas políticas e fiscais seguem influenciando o movimento de câmbio. A preocupação com a sustentabilidade das contas públicas brasileiras segue elevada, especialmente com o debate sobre mudanças nas metas fiscais.

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Juros futuros com viés de alta

Os contratos de juros futuros operaram com leve pressão altista, refletindo o receio dos agentes econômicos sobre os efeitos inflacionários da alta do dólar. Com a moeda americana mais cara, o temor é que aumentem os preços de produtos importados e, em efeito cascata, a inflação no país.

Esse comportamento de cautela foi mais evidente nos contratos com vencimentos intermediários, onde as taxas subiram de forma mais expressiva no início da sessão. A depender da persistência da pressão cambial, o Banco Central poderá ter que rever suas sinalizações sobre a Selic, hoje em trajetória de corte.

Ainda assim, o movimento nos juros também refletiu o ajuste às condições de mercado externo. A expectativa de que o Federal Reserve mantenha os juros mais altos por mais tempo, para conter a inflação nos Estados Unidos, reforça um ambiente global de taxas elevadas, o que impacta os países emergentes.

Ibovespa reage com queda

A Bolsa de Valores de São Paulo teve mais um dia negativo, encerrando o pregão em queda. O Ibovespa foi afetado tanto pelo clima internacional adverso quanto pelas incertezas domésticas, levando investidores a se posicionarem de forma mais defensiva.

Papéis de empresas exportadoras até tentaram limitar as perdas, aproveitando a valorização do dólar, mas isso não foi suficiente para equilibrar a performance negativa de setores mais sensíveis à economia doméstica, como varejo, construção civil e bancos.

Além disso, o fluxo de capital estrangeiro mostrou tendência de saída, o que aumenta a pressão vendedora sobre o mercado acionário brasileiro. A combinação entre dólar forte, juros globais em alta e indefinição fiscal no país contribuiu para um cenário pouco convidativo ao investimento em ações.

Impactos e perspectivas

A persistência desse ambiente de aversão ao risco pode manter o dólar em patamar elevado nos próximos dias, especialmente se não houver sinalizações firmes de estabilização fiscal por parte do governo. O Brasil, já pressionado por um cenário inflacionário complexo, encontra dificuldade para atrair capital estrangeiro sem estabilidade econômica.

No mercado de juros, agentes seguem monitorando atentamente os próximos passos do Banco Central. Qualquer alteração na expectativa de corte da Selic pode gerar reavaliações em massa de carteiras, afetando desde o crédito até preços de ativos de risco.

Para o investidor, o momento exige cautela. A volatilidade deve continuar presente, tanto no câmbio quanto no mercado de capitais, com oscilações marcadas por fatores externos e internos. A depender do desfecho das negociações comerciais entre as potências e do rumo da política fiscal brasileira, o cenário poderá se ajustar para cima ou para baixo nas próximas semanas.

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