O Ibovespa chegou a operar no campo positivo durante parte do dia, mas acabou virando para uma leve queda no período da tarde. O movimento refletiu principalmente a cautela dos investidores frente aos desdobramentos no cenário externo e à incerteza fiscal no Brasil.
Enquanto isso, o dólar à vista inverteu sua trajetória e passou a subir, reagindo à valorização da moeda americana frente a divisas emergentes e também à percepção de risco local, reforçada por ruídos políticos e fiscais.
O que você vai ler neste artigo:
Volatilidade predomina no mercado financeiro
A jornada desta quarta-feira foi marcada por instabilidade nos principais indicadores financeiros. O Ibovespa, após iniciar o dia em alta puxado por ações ligadas a commodities e a bancos, perdeu força no decorrer da sessão. A tendência foi influenciada pela mudança de humor nos mercados globais e pela aversão a risco em função das incertezas internas.
Com a mudança na direção dos papéis, o principal índice da B3 oscilou abaixo dos 127 mil pontos, tentando se sustentar acima desse patamar frente ao cenário incerto. Investidores avaliaram sinais mistos da economia dos Estados Unidos e falas de dirigentes do Federal Reserve, que reforçaram a possibilidade de manutenção dos juros por mais tempo.
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Dólar acompanha cenário externo e incerteza local
O dólar, que operava em baixa no início do dia, passou a subir durante a tarde, aproximando-se da marca de R$ 5,00. O movimento refletiu uma maior procura global pela divisa americana em meio às tensões no exterior. Além disso, o fator doméstico teve peso importante, especialmente com a apreensão quanto ao avanço das contas públicas no Brasil.
Analistas apontam que a valorização da moeda americana também foi alimentada por fluxos de saída de capital estrangeiro da bolsa brasileira, além de uma possível realização de lucros por parte de investidores institucionais.
Ruídos políticos e fiscais seguem no radar
Embora as projeções de crescimento brasileiro venham sendo revistas para cima, os desdobramentos políticos e o risco fiscal continuam sendo pontos de atenção. O mercado monitora declarações ambíguas de integrantes do governo sobre eventuais alterações na meta fiscal, o que aumenta a sensação de incerteza entre agentes econômicos.
Outro ponto que preocupa é a viabilidade de cumprimento das metas fiscais estipuladas para este e o próximo ano, especialmente diante da resistência do Congresso em aprovar medidas que aumentem a arrecadação.
Setores com maior impacto no Ibovespa
Alguns setores da bolsa sentiram mais diretamente os reflexos da mudança de humor do mercado. Papéis de grandes bancos, que vinham sustentando o índice, passaram a ceder. Da mesma forma, ações de empresas exportadorasforam pressionadas pela oscilação cambial, afetando o desempenho de companhias como Vale e Petrobras.
Outros setores, como varejo e construção, também perderam força ao longo do pregão, impactados pelas expectativas em relação ao comportamento da taxa Selic, já que o cenário macroeconômico ainda impõe desafios sobre o ciclo de corte de juros.
Perspectivas para os próximos dias
Nos próximos pregões, a expectativa é de que o mercado siga atento aos dados de inflação no Brasil e aos indicadores vindos do exterior. A ata do Federal Reserve, discursos de seus dirigentes e estatísticas do mercado de trabalho norte-americano devem impactar o apetite ao risco global.
Internamente, os investidores continuarão olhando com preocupação a evolução das medidas fiscais do governo, além de possíveis embates no Congresso em torno das mudanças orçamentárias propostas. O grau de confiança sobre a condução da política fiscal será determinante para o comportamento dos ativos brasileiros no curto prazo.