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Trump eleva tarifas e impacta mercado brasileiro

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Trump eleva tarifas e impacta mercado brasileiro — Trump aumenta tarifas sobre produtos brasileiros, pressionando o mercado e investidores que esperam o IPCA e declarações de Haddad.

A inesperada decisão de Donald Trump sobre as tarifas comerciais surpreendeu o mercado logo nas primeiras horas. O anúncio gerou reverberações negativas imediatas nos ativos brasileiros negociados no exterior.

Diante da tensão crescente, investidores locais redobram atenção aos dados do IPCA e à entrevista do ministro Fernando Haddad, buscando sinais que possam moderar os efeitos do cenário internacional turbulento.

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Impacto das tarifas de Trump sobre produtos do Brasil

A elevação das tarifas dos EUA para 50% sobre os produtos brasileiros, a partir de agosto, trouxe instabilidade aos mercados nesta quinta-feira. A medida, tomada por Trump, foi vista como desproporcional ao superávit comercial vigente e adiciona um viés político às relações comerciais entre os dois países.

No pré-mercado de Nova York, os reflexos não tardaram a surgir. O ETF iShares MSCI Brazil (EWZ) recuava 1,99% por volta de 8h. Algumas das principais ADRs brasileiras indicavam perdas expressivas, como:

  • Embraer:-4,53%
  • Itaú Unibanco:-3,24%
  • Petrobras:-1,20%

A decisão ocorre em um momento de recuperação do otimismo com ativos domésticos, o que agrava ainda mais o efeito psicológico nas negociações. Analistas indicam que Trump tem usado a elevação súbita de tarifas como estratégia de barganha, mas neste episódio o aspecto político ganhou peso adicional.

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Justificativa política e resposta de Lula

Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump justificou as novas tarifas como uma resposta ao processo judicial contra Jair Bolsonaro. O ex-presidente brasileiro foi declarado inelegível após julgamento no TSE sobre tentativa de golpe.

Trump classificou os desdobramentos como "ataques à liberdade de expressão" e acusou o governo brasileiro de colaborar com medidas de censura sobre plataformas digitais. A escalada retórica complica o entendimento entre os países e afasta qualquer possibilidade de solução rápida ou exclusivamente comercial.

Lula, por sua vez, reagiu firmemente e sinalizou que o Brasil atuará com base na lei de reciprocidade econômica, destacando a soberania nacional diante de medidas coercitivas. A postura do governo brasileiro tende a reduzir as chances de negociações conciliatórias no curto prazo.

Efeitos esperados na economia americana e global

Segundo Dan Kawa, sócio da We Capital, a lógica tarifária de Trump segue provocando imprevisibilidade. Em sua análise, o caso do Brasil se diferencia por envolver fortes componentes políticos, o que amplia o grau de incerteza e dificulta uma solução diplomática.

Kawa também projetou os impactos internos nos EUA. Caso todas as tarifas novas se materializem — incluindo as aplicadas sobre os países do Brics, além das setoriais — a tarifa efetiva média nos EUA pode saltar de 13-14% para cerca de 19-20%. As consequências esperadas incluem:

  • Pressão inflacionária nos EUA
  • Risco de desaceleração do PIB no segundo semestre de 2025
  • Aumento do custo de produtos importados, especialmente farmacêuticos e minerais

Essa combinação eleva o nível de risco global, sobretudo em um ano marcado por incertezas econômicas e políticas.

Mercado atento ao IPCA e falas do governo

No cenário doméstico, os investidores aguardam com atenção a divulgação do IPCA de junho, o principal indicador de inflação do país. Projeções do Valor Data apontam uma alta de 0,19%no mês, levemente abaixo da dos 0,26% registrados em maio, o que pode fornecer alívio para o mercado.

Adicionalmente, a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevista para 10h, ganha importância estratégica. Espera-se que Haddad trate tanto dos reflexos da política tarifária dos EUA quanto dos próximos passos da política fiscal brasileira.

Esses eventos serão fundamentais para sustentar — ou rever — o sentimento do mercado doméstico depois do choque externo gerado por Trump. Investidores também acompanham os sinais do Federal Reserve, que pode reagir a esse novo incremento de instabilidade e impactos inflacionários via política monetária.

Sensibilidade dos mercados e riscos em curto prazo

A reação nos mercados globais se mostrou imediata, mas não uniforme. Os futuros dos índices norte-americanos operavam em leve queda, enquanto o índice DXY— que mede a força do dólar frente a seis moedas desenvolvidas — apontava baixa de 0,13%, próximo aos 97,42 pontos.

Esse comportamento limitado reflete a prudência dos investidores em relação à movimentação futura do Fed, que poderá acelerar cortes ou manter posturas conservadoras dependendo da trajetória inflacionária. Na prática, a imposição de tarifas às vésperas da eleição norte-americana adiciona mais um vetor de incerteza.

Enquanto isso, a Bolsa brasileira e o câmbio devem registrar forte oscilação ao longo do pregão. O ambiente permanece sensível, e novas falas vindas da equipe econômica ou de Washington podem alterar materialmente o rumo dos negócios durante o dia.

Dessa forma, os eventos desta quinta-feira testam não apenas os fundamentos da economia brasileira, mas também a resiliência dos investidores diante da crescente interferência política nas relações comerciais globais.

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