A semana será marcada por eventos relevantes para os mercados globais, com atenção voltada à divulgação de indicadores econômicos cruciais. Projeções sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos e números locais sobre o emprego formal estão entre os focos.
Além disso, lideranças dos principais bancos centrais vão se reunir em Portugal para debater os rumos da política monetária. O encontro em Sintra poderá trazer sinalizações importantes para investidores e agentes financeiros.
O que você vai ler neste artigo:
Payroll nos Estados Unidos: foco central da semana
A divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos, conhecido como “Payroll”, está prevista para sexta-feira (5). O resultado medirá a criação de postos de trabalho fora do setor agrícola, além das taxas de desemprego e crescimento dos salários em junho.
O payroll serve como um termômetro crucial para avaliar a resiliência da economia americana. Após uma desaceleração em dados recentes, o mercado aposta que uma leitura mais fraca possa reforçar expectativas por cortes de juros ainda neste ano. Economistas esperam a criação de aproximadamente 190 mil vagas, abaixo das 272 mil do mês anterior.
O Federal Reserve tem observado sinais mistos na economia. Enquanto o consumo permanece aquecido, há uma leve perda de fôlego no mercado de trabalho. A leitura do payroll será fundamental para orientar a política de juros nos EUA, que permanece com a taxa básica entre 5,25% e 5,5%.
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Caged: desempenho do mercado formal no Brasil
No cenário doméstico, os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) referentes a maio devem ser publicados nos próximos dias. O indicador mede o saldo entre admissões e demissões com carteira assinada e é um dos termômetros do desempenho da economia real brasileira.
Em abril, o mercado de trabalho formal adicionou 240.033 novos postos, com destaque para os setores de serviços e construção. A expectativa agora é de uma nova expansão, embora em ritmo mais moderado, uma vez que o país ainda enfrenta impactos de juros elevados, inflação persistente e efeitos das enchentes no Sul.
A divulgação do Caged será acompanhada com atenção, sobretudo após os últimos dados da Pnad Contínua, que mostraram queda da taxa de desemprego para 7,1% — o menor nível desde 2014. Isso reforça o otimismo sobre a trajetória do emprego formal no país, que já acumula mais de um milhão de vagas criadas em 2024.
Fórum do BCE em Sintra: encontro de gigantes da política monetária
O tradicional simpósio promovido pelo Banco Central Europeu (BCE) acontece nesta semana em Sintra, Portugal, reunindo líderes das principais autoridades monetárias globais. Estão confirmadas as presenças de Jerome Powell (Federal Reserve), Christine Lagarde (BCE), Kazuo Ueda (Banco do Japão) e Andrew Bailey (Banco da Inglaterra).
O encontro é aguardado com expectativa pelo mercado, pois pode oferecer pistas importantes sobre os próximos movimentos das taxas de juros. Especialmente porque o cenário inflacionário mostra comportamentos distintos entre economias avançadas: enquanto a zona do euro já iniciou cortes, o Fed ainda sinaliza cautela.
Durante o painel central, que ocorrerá na terça-feira (2), os presidentes dos bancos centrais participarão de um debate sobre estabilidade financeira, inflação e crescimento. A fala de Lagarde, anfitriã do evento, será acompanhada de perto diante da aposta de continuidade na política de afrouxamento monetário na Europa.
Outras divulgações que mexem com os mercados
Além do payroll, do Caged e do evento do BCE, a agenda econômica reserva outros indicadores relevantes. Nos Estados Unidos, os pedidos semanais de seguro-desemprego, o índice ISM de manufatura e os dados de abertura de vagas (JOLTS) compõem o panorama do mercado de trabalho. A ata da última reunião do Fed também será divulgada na quarta-feira (3).
Na China, os índices de gerentes de compras (PMIs) oficial e Caixin ajudarão a medir o fôlego da atividade econômica. Já no Brasil, os investidores acompanham os números da produção industrial de maio, programados para quarta-feira. A leitura dará sinais sobre o desempenho do setor secundário em meio às incertezas globais e efeitos locais do clima.
Ao longo da semana, a atenção dos mercados tende a oscilar conforme as sinalizações de política monetária vindas de sintra, associadas aos dados de emprego dos EUA e do Brasil. O resultado pode ter influência direta nos preços dos ativos, como dólar, juros futuros e bolsas.
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