Nesta segunda-feira, os mercados internacionais operam com menor liquidez devido ao feriado do Memorial Day nos Estados Unidos, o que deve influenciar o volume de negociações ao longo do dia. No cenário doméstico, o Boletim Focus e os indicadores divulgados pela FGV chamam a atenção dos investidores.
Além disso, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, participa de um evento em Berlim, com possíveis reflexos sobre as expectativas de política monetária na Europa.
O que você vai ler neste artigo:
Indicadores econômicos da FGV mostram desaceleração de preços
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) avançou 0,44% na terceira quadrissemana de maio, abaixo da taxa anterior (0,50%). O índice acumula alta de 4,40% em 12 meses. Houve desaceleração em seis das sete capitais monitoradas. A queda mais expressiva foi em Salvador, onde a taxa passou de 0,37% para 0,17%.
Paralelamente, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV registrou alta de 0,5 ponto, atingindo 84,8 pontos em maio. O movimento foi puxado pelo Índice de Expectativas, que subiu 0,7 ponto. O índice que avalia a situação atual ficou praticamente estável. Entre as faixas de renda, os consumidores de classe média apresentaram melhora na confiança.
No campo das expectativas inflacionárias, os consumidores projetam inflação de 6,40% para os próximos 12 meses, segundo indicador da FGV. Embora ainda acima do intervalo superior da meta do Banco Central (4,50%), houve recuo em relação ao patamar de março, de 6,60%.
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Boletim Focus traz alívio nas perspectivas inflacionárias
O Banco Central divulgou nesta manhã o Boletim Focus da semana encerrada em 23 de maio. A pesquisa demonstrou uma leve melhora nas expectativas para a inflação em 2025, cuja projeção central caiu pela quinta semana seguida, de 5,51% para 5,50%. A mediana para o IPCA de 2026 e 2027 ficou estável em 4,50% e 4,00%, respectivamente.
Em relação à taxa Selic, não houve alteração nas projeções: 14,75% ao fim de 2025, 12,50% em 2026 e 10,50% em 2027. Para o PIB, o mercado passou a esperar crescimento de 2,02% em 2025, frente aos 2% estimados anteriormente. As expectativas para 2026 e 2027 permaneceram em 1,70% e 2,00%, respectivamente.
O câmbio teve leve ajuste, com a expectativa para o dólar em 2025 caindo de R$ 5,85 para R$ 5,82. Para os anos seguintes, não houve alterações nas projeções de R$ 5,90 (2026) e R$ 5,80 (2027).
Lagarde discursa com atenção voltada à política monetária
Nesta manhã, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, participa de evento em Berlim. Os mercados acompanham com atenção se seu discurso trará pistas sobre os próximos passos da política monetária do BCE.
A fala de Lagarde ocorre em um contexto de desaceleração da inflação na zona do euro, o que abre espaço para possível corte de juros na região. Entretanto, decisões futuras ainda dependem da consolidação de dados econômicos, especialmente sobre o núcleo da inflação e sobre o crescimento do bloco europeu.
Setor externo: saldo comercial e dados do BC
O Banco Central divulgou a Nota do Setor Externo referente a abril. O déficit em transações correntes somou US$ 2,2 bilhões, inferior ao déficit de US$ 4,1 bilhões registrado um ano antes. O superávit da balança comercial atingiu US$ 7,6 bilhões, com aumento nas exportações e leve avanço nas importações.
No acumulado de 12 meses, o déficit em transações correntes recuou para US$ 68,5 bilhões, o equivalente a 3,21% do PIB. A melhora no resultado foi influenciada pela redução no déficit em renda primária e avanço do saldo comercial.
Ao longo da tarde, a Secretaria de Comércio Exterior divulgará o resultado da balança comercial da quarta semana de maio, que pode reforçar a tendência de superávit verificada nas semanas anteriores.
Agenda política e institucional movimenta Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre uma série de compromissos no Palácio do Planalto. Pela manhã, despacha com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e com o secretário de Imprensa. À tarde, recebe ministros da Casa Civil, Ciência, Tecnologia e Inovação e da Fazenda.
O ministro Fernando Haddad também participa, no Rio de Janeiro, do evento "Dia da Indústria — Nova Indústria Brasil", no BNDES. Já o presidente em exercício do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem despachos internos em Brasília, enquanto diversos diretores da instituição se reúnem com representantes do setor privado e participam de encontros com economistas.
Cenário internacional com liquidez limitada
Feriados nos mercados dos Estados Unidos e do Reino Unido reduzem o volume global de negócios nesta segunda-feira. Com isso, a volatilidade pode ser maior em algumas praças financeiras em função da menor profundidade de mercado.
Na Ásia, os principais índices encerraram o dia sem direção comum. Tóquio avançou após declarações de Donald Trump sobre adiar tarifas à União Europeia, enquanto outros mercados mostraram cautela diante do ambiente externo incerto.
Por fim, a China divulgará nesta noite os dados de lucro industrial de abril, após uma expansão de 0,8% em março, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas. O resultado pode influenciar os mercados de commodities e impactar expectativas de crescimento global.
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