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Dólar recua e Ibovespa avança após tensão com IOF e tarifas

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Dólar recua e Ibovespa avança após tensão com IOF e tarifas — Dólar apaga alta e Ibovespa registra ganhos após momento de tensão causado por IOF e ameaça tarifária dos EUA.

O mercado financeiro brasileiro reagiu com forte volatilidade após o "susto" inicial provocado por declarações do ex-presidente Donald Trump e alterações no IOF. O dólar chegou a registrar alta expressiva, mas reverteu o movimento ao longo da sessão.

Já a Bolsa brasileira, representada pelo Ibovespa, também oscilou bastante, mas fechou em alta impulsionada por setores exportadores e pela recuperação dos mercados internacionais.

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Reação do mercado ao discurso de Trump

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provocou instabilidade nos mercados ao indicar a possibilidade de reintroduzir tarifas contra países emergentes, incluindo o Brasil. A fala inesperada causou preocupação entre investidores, especialmente em meio ao cenário de desafios comerciais globais e incertezas políticas nos EUA.

Logo após as declarações, o dólar disparou frente ao real, refletindo uma fuga momentânea de capital estrangeiro. Investidores buscaram proteção diante da ameaça tarifária, o que pressionou moedas de países em desenvolvimento. A tensão, no entanto, arrefeceu com o desenrolar do pregão e declarações posteriores mais brandas de integrantes do Partido Republicano.

Em Wall Street, as Bolsas abriram em queda acentuada, impactadas pela repercussão do discurso de Trump e pela manutenção de juros altos nos EUA. O temor de um recrudescimento da guerra comercial impactou diretamente os papéis de empresas exportadoras e de tecnologia.

Ainda assim, ativos brasileiros conseguiram recuperar parte das perdas ao longo do dia, com uma melhora no clima corporativo e na confiança em relação à estabilidade econômica doméstica.

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Impacto da mudança no IOF

Adicionalmente, um decreto do governo federal publicado no Diário Oficial da União alterou as alíquotas do IOF sobre operações de crédito, câmbio e seguros. A medida, a princípio, foi lida como inflacionária, o que contribuiu para a tensão nos primeiros movimentos do mercado.

Contudo, no período da tarde, analistas e economistas esclareciam que as alterações tratavam-se de ajustes técnicos previstos no compromisso do Brasil com a OCDE, e que não implicavam um aumento de carga tributária efetiva sobre pessoas físicas ou jurídicas.

Com isso, a pressão sobre o dólar foi amenizada. A moeda americana, que chegou a ser cotada acima de R$ 5,40, passou a perder força, encerrando o dia próxima à estabilidade. O recuo foi favorecido também pela atuação do Banco Central, que realizou leilões de swap cambial para conter a volatilidade.

A compreensão mais técnica da medida também sustentou o desempenho positivo da Bolsa, que se beneficiou da valorização de empresas exportadoras, principalmente do agronegócio e da mineração.

Ibovespa se recupera e fecha em alta

Apesar do cenário inicial adverso, o índice Ibovespa recuperou força ao longo da tarde e fechou em alta. Os ganhos foram puxados por empresas como Vale e Suzano, que tendem a se beneficiar de um dólar mais valorizado, favorecendo suas receitas em real.

Além disso, o alívio nos mercados externos ajudou a acalmar investidores locais. A sinalização de que as tarifas sugeridas por Trump não são uma política oficial vigente também contribuiu para a reversão do sentimento negativo.

No fechamento, o Ibovespa avançou em torno de 1%, após ter iniciado o dia em queda superior a 1,5%. O volume financeiro negociado se manteve dentro da média diária, indicando que a movimentação foi mais guiada por realocação de carteiras do que por saídas maciças de capital.

Entre os destaques do pregão, estiveram:

  • Vale (VALE3): alta acima de 2%, impulsionada pela alta do minério de ferro;
  • Suzano (SUZB3): valorização com a perspectiva positiva para exportações;
  • Petrobras (PETR4): oscilou, mas fechou estável com recuperação do petróleo Brent.

Perspectivas de curto prazo

Mesmo com a recuperação nos ativos brasileiros, a volatilidade deve permanecer alta nas próximas semanas. As eleições presidenciais nos EUA ganham força no radar dos investidores, sendo Trump um dos nomes mais cotados nas primárias republicanas.

Além disso, o cenário externo ainda é desafiador. A política monetária norte-americana segue apertada com juros elevados, o que tende a manter o dólar forte globalmente. No Brasil, os dados de inflação e o rumo da política fiscal continuarão no foco.

Em resumo, o mercado brasileiro demonstrou resiliência frente a pressões externas e ruídos internos. A atuação dos agentes públicos e a comunicação clara sobre medidas fiscais ou cambiais serão fundamentais para preservar essa estabilidade rumo ao segundo semestre.

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