A Sabesp registrou um expressivo aumento de seu lucro no primeiro trimestre, impulsionado principalmente pela eficiência operacional e mudanças em sua política comercial. A companhia também conseguiu reduzir custos financeiros, mesmo em um cenário de juros elevados.
Além disso, os investimentos mais que dobraram, demonstrando um novo ritmo de execução de obras e reforçando a ambição de universalizar saneamento básico até 2029.
O que você vai ler neste artigo:
Resultados financeiros acima do esperado
O lucro líquido da Sabesp chegou a R$ 1,48 bilhão entre janeiro e março deste ano, representando uma alta de 80% frente ao mesmo intervalo de 2024. O resultado ficou acima do consenso de mercado, que era de R$ 1,3 bilhão segundo levantamento da Bloomberg.
Entre os principais fatores que impulsionaram esse desempenho estão:
- O fim de descontos concedidos a grandes clientes;
- O recebimento de precatórios municipais;
- Um controle mais rigoroso das despesas operacionais.
O EBITDA avançou 17,1% na base anual, concluindo o trimestre em R$ 3 bilhões. Em termos de rentabilidade, a margem EBITDA foi de 55,4%, frente aos 49,2% registrados antes do processo de privatização.
A receita líquida ajustada somou R$ 5,43 bilhões, leve alta de 3,9% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior. O CFO Daniel Szlak destacou que os dados mostram o compromisso com a disciplina financeira e a eficiência como base para investimentos sustentáveis.
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Operações ganham ritmo mais acelerado
No campo operacional, a empresa também demonstrou avanço. A produção de água aumentou 4%, totalizando 815 milhões de metros cúbicos. Já o número de conexões ativas avançou para:
- 9,49 milhões em água (+0,6%);
- 8,22 milhões em esgoto (+0,9%).
Esses números refletem crescimento moderado, mas consistente, na base de clientes. A melhora operacional, no entanto, surge com ainda mais relevância pelo fato de ter ocorrido mesmo em meio à reestruturação pós-privatização.
Redução do custo da dívida e controle da alavancagem
Do ponto de vista financeiro, a Sabesp também promoveu ajustes em sua estrutura de capital. A companhia renegociou parte de seus contratos, levando ao recuo no custo médio da dívida, de CDI +0,40% (outubro de 2024) para CDI – 0,23% (março de 2025). Esse recuo se deu por:
- Quitação de dívidas antigas com condições piores;
- Troca de indexadores, como saída do IPCA e adoção do CDI;
- Conversão de dívidas em moeda estrangeira para real.
Além disso, o prazo médio da dívida foi ampliado: passou de 4,8 anos para 5,6 anos. A alavancagem permaneceu sob controle, com a relação entre dívida líquida e EBITDA ajustado mantida em 1,7 vez.
Aceleração nos investimentos e ampliação da carteira
O capex da Sabesp mais do que dobrou no trimestre, passando de R$ 1,42 bilhão para R$ 2,85 bilhões. Esse aumento já se insere no novo ciclo multibilionário direcionado à universalização do saneamento até 2029.
A carteira de investimentos da empresa mais que triplicou, subindo de R$ 8 bilhões para R$ 25 bilhões. Segundo a companhia, mais de 90 novos projetos foram contratados, com execução prevista entre 2025 e 2027.
Algumas das entregas já realizadas no trimestre incluem:
- Construção de 67 km de redes coletoras de esgoto;
- Instalação de 15 km de interceptores principais;
- Aumento da capacidade de tratamento de esgoto com impacto direto no Rio Tietê, equivalente à remoção mensal de 12 piscinas olímpicas de esgoto.
O CEO Carlos Piani afirmou que a forte performance neste início de ano reforça a capacidade da Sabesp de gerar impacto positivo tanto na vida das pessoas quanto no meio ambiente. Os investimentos acelerados e a execução eficiente dos projetos marcam uma nova fase da companhia no pós-privatização.
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