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Natura reduz prejuízo, mas Avon enfrenta desafios no mercado

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Natura reduz prejuízo, mas Avon enfrenta desafios no mercado — Natura reduz prejuízo em 84%, impulsionada por vendas na América Latina, enquanto Avon ainda enfrenta desafios no mercado.

A Natura &Co iniciou o ano com sinais positivos, reduzindo significativamente seu prejuízo financeiro no primeiro trimestre de 2025. A melhora operacional e o crescimento na receita líquida contribuíram para essa virada parcial nos resultados.

Apesar dos avanços, a companhia ainda lida com importantes desafios, sobretudo relacionados ao desempenho da Avon no Brasil e nos mercados internacionais. A estratégia de reestruturação continua sendo fundamental para reverter esse cenário.

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Queda no prejuízo e avanço operacional

A Natura &Co conseguiu reduzir em 84% seu prejuízo no primeiro trimestre de 2025, registrando uma perda de R$ 151,5 milhões. No mesmo período do ano anterior, o prejuízo havia sido de R$ 935,1 milhões. O resultado reflete uma melhora significativa na operação da empresa, que também obteve um aumento expressivo de 45,8% na receita líquida, totalizando R$ 6,7 bilhões.

Esse crescimento foi impulsionado principalmente pela performance da marca Natura, que apresentou aumento nas vendas tanto no mercado brasileiro quanto em outros países da América Latina. No Brasil, a alta foi de 8,6%, enquanto nos países vizinhos as vendas subiram 38%.

No entanto, a Avon no Brasil seguiu em queda. As vendas recuaram 12% no trimestre, impactadas por menos lançamentos de produtos e baixa inovação no segmento de maquiagem. De acordo com a companhia, os efeitos de novos investimentos em inovação ainda devem levar algum tempo até surtirem efeito nas vendas.

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Desafios com a base de revendedoras

Embora a empresa tenha registrado boas vendas nas lojas físicas — canal que vem sendo fortalecido —, enfrentou redução na base de consultoras. Isso impactou diretamente o desempenho da Avon no Brasil e América Latina. A nova política de crédito mais restritiva adotada pela empresa limitou o acesso ao financiamento por parte das consultoras, contribuindo para essa redução.

Outro fator relevante foi o excesso de estoque nas mãos das revendedoras ao final de 2024, resultado de um forte desempenho no último trimestre do ano passado. Esse acúmulo reduziu a atividade de compra nos meses iniciais de 2025, afetando negativamente a movimentação comercial de janeiro e fevereiro.

Na América Latina, a base de revendedoras caiu 9,2%, com destaque negativo para os mercados da Argentina e México, dois países onde a Natura tem promovido mudanças operacionais como parte da chamada “Onda 2”.

Apesar das perdas, a empresa segue adotando medidas para estabilizar a força de vendas, mas a recuperação poderá ser gradual.

Desempenho da Avon na América Latina

Enquanto enfrenta dificuldades no Brasil, a Avon apresentou resultado positivo em outras regiões da América Latina. As vendas cresceram 12,4% em moeda constante, alcançando R$ 1,4 bilhão. Isso indica que, embora o modelo de revenda esteja sob pressão, algumas praças ainda mantêm um bom desempenho.

Esse avanço sinaliza um possível ponto de virada, mas o crescimento ainda é considerado tímido diante da necessidade de maior rentabilidade e solidez operacional. A empresa continua reestruturando sua atuação nesses mercados para otimizar os resultados em médio prazo.

Ainda assim, os efeitos dessa reestruturação dependem da capacidade da companhia em alinhar a proposta de valor da marca Avon com as novas exigências de consumo, que envolvem desde inovação em produtos até fortalecimento de canais digitais.

Futuro incerto para a Avon International

Os resultados da Avon International permanecem aquém do necessário para uma operação autossustentável. No trimestre analisado, o EBITDA recorrente somou R$ 24 milhões, refletindo a contínua pressão sobre as margens da marca e o baixo fluxo de caixa.

A administração da Natura &Co reconhece que, embora já existam iniciativas internas voltadas à melhoria de performance fora da América Latina, essas medidas ainda não foram capazes de reverter o mau desempenho. Margens espremidas e baixo engajamento da força de vendas tornam o cenário ainda mais desafiador.

Diante disso, a empresa deixou aberta a possibilidade de desinvestimento. Segundo comunicado, “a simplificação da companhia continua sendo prioridade estratégica, à medida que seguimos concentrando nosso foco na América Latina. Seguimos também avaliando oportunidades estratégicas para a Avon International, incluindo um potencial desinvestimento”.

As medidas em análise indicam que a presença internacional da Avon poderá ser revista nos próximos trimestres, o que pode resultar na venda completa ou parcial dos ativos da marca fora do continente latino-americano.

Embora a Natura tenha conseguido reduzir fortemente suas perdas e mostrado resiliência em parte de suas operações, os desafios persistem, sobretudo no que diz respeito à performance da Avon. Até que as medidas estruturais se convertam em ganhos concretos, a empresa seguirá sob pressão diante de um mercado cada vez mais competitivo.

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